Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 30 de setembro de 2021
Mais de 250 policiais civis cumpriram mais de 100 ordens judiciais contra uma organização criminosa que atua em pelo menos sete Estados
Foto: Polícia Civil/TwitterA Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (30), operação de combate a crimes de extorsão e pornografia praticados através do chamado “Golpe dos Nudes”. A ofensiva, batizada de X-Con, cumpriu mais de 100 ordens judiciais. Pelo menos 20 pessoas já haviam sido presas.
De acordo com a investigação, a quadrilha atua em pelo menos sete estados: Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Tocantins e Pernambuco. Em solo gaúcho, os crimes eram cometidos em Esteio, Porto Alegre, Canoas, Charqueadas, Montenegro, Novo Hamburgo, Alvorada e Viadutos.
A Delegada Luciana Bertolletti, titular da Delegacia de Esteio, afirma que a investigação durou cinco meses e desvendou uma organização com núcleo em Esteio e que atuava em todas as regiões do Brasil. Estão sendo cumpridos 44 mandados de busca e apreensão, 32 prisões preventivas, 25 quebras de sigilo bancário, um sequestro de imóvel, 12 sequestro de veículos e 32 bloqueios de contas bancárias.
Como funciona o golpe
O conhecido “golpe dos nudes” consiste em um primeiro contato ou por uma rede social ou pelo aplicativo WhatsApp, onde uma pessoa jovem e bonita instiga uma vítima a trocar mensagens de cunho sexual e fotos intimas. Na sequência, outra pessoa se apresenta como pai da jovem, dizendo que a filha é menor de idade e a conduta da vítima se amolda ao crime de pedofilia.
Para não denunciar e levar o fato ao conhecimento da polícia, o suposto pai exige depósitos em dinheiro. Na maioria das vezes, após o recebimento de valores, o criminoso continua exigindo dinheiro dizendo que haverá a necessidade de submeter sua filha a tratamento psicológico ou, ainda, exigindo o depósito de valores.
Em um dos casos analisados na investigação, o golpista disse que precisaria de dinheiro para o enterro da adolescente que, em razão dos graves danos psicológicos sofridos atentou contra a própria vida, praticando suicídio.
De acordo com a polícia, é bastante comum também, nesses casos, a presença de uma quarta pessoa envolvida, que se apresenta como policial. Muitas vezes com fotos e nomes reais retirados das redes sociais, dizendo que está sendo registrada uma ocorrência, e que será expedido mandado de prisão contra a vítima, a deixando desesperada e fazendo com que deposite mais dinheiro aos golpistas.