Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2016
Dois carregadores de celular e alguns pendrives foram encontrados na cela do ex-ministro José Dirceu e do ex-deputado federal Luiz Argôlo no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp-PR) nesta segunda-feira (15).
O advogado de José Dirceu, Roberto Podval, disse que o cliente negou o fato. De acordo com Podval, o ex-ministro não estava na cela no momento em que os objetos teriam sido achados, portanto, não presenciou a situação. Além disso, a defesa de José Dirceu afirmou que os itens não pertencem ao cliente e que vai apurar o caso. Sidney Peixoto, que defende Luiz Argôlo, disse desconhecer o ocorrido.
Os objetos foram achados no dia 1º de agosto durante uma vistoria de rotina, segundo a Sesp-PR. O ex-ministro e o ex-deputado foram condenados pela Operação Lava Jato.
Como nenhum dos dois assumiu ser o dono dos carregadores e dos pendrives, ambos receberam uma penalidade, chamada de “falta média”: eles ficam 20 dias, desde 1º de agosto, sem receber visitas. Conforme a Sesp-PR, as visitas são semanais, às sextas-feiras.
Os itens estavam dentro de uma sacola de plástico no meio dos pertences deles. A secretaria não soube dizer em qual parte da cela a sacola estava nem a quantidade de pendrives. Ainda de acordo com a Sesp-PR, os pendrives continham filmes e músicas.
Condenações
José Dirceu foi considerado culpado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na sentença, proferida no dia 18 de maio, ele havia sido condenado a cumprir 23 anos e três meses de prisão.
Entretanto, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, reduziu a pena do ex-ministro. José Dirceu deve cumprir 20 anos e 10 meses de reclusão. O juiz acatou o pedido da defesa de que a dosimetria estava exagerada e não considerava o atenuante de que Dirceu já tem mais de 70 anos de idade. O ex-ministro foi preso na 17ª fase da Lava Jato, deflagrada em agosto de 2015.
Já Luiz Argôlo foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena considerada pelo juiz Sérgio Moro foi de 11 anos e 11 meses de reclusão em regime inicialmente fechado, além do pagamento de multas de R$ 459.740. Ele foi detido em abril do ano passado, durante a 11ª etapa da operação. (AG)