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Por Redação O Sul | 18 de maio de 2017
A Polícia Federal cumpriu nesta quinta-feira (18) um mandado de busca e apreensão na sede do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), em Brasília (DF). A operação faz parte de uma investigação que apura se o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) recebeu propina para defender interesses da JBS em um processo em tramitação no Cade e que envolvia fornecimento, pela Petrobras, de gás natural a uma usina termelétrica operada pelo grupo do empresário Joesley Batista.
Na quarta-feira (17) foi divulgada reportagem pelo jornal O Globo apontando que o presidente Michel Temer indicou Rocha Loures para resolver a disputa relativa ao preço do gás fornecido pela Petrobras à termelétrica do grupo JBS.
Segundo a reportagem, Loures teria telefonado para o presidente interino do Cade, Gilvandro Araújo, para interceder pelo grupo. O Cade confirmou que o prédio onde funciona o órgão foi alvo de mandado de busca e apreensão, mas negou favorecimentos no caso e disse que o processo foi conduzido dentro da normalidade.
O órgão informou ainda que, em setembro de 2015, a EPE (Empresa Produtora de Energia), do grupo JBS, protocolou denúncia em que afirma que a Petrobras se recusava a fornecer gás natural à termelétrica e praticava condições de venda alegadamente discriminatórias.
De acordo com o Cade, “tal representação era semelhante a denúncias de outros agentes feitas ao Cade anteriormente, sobre alegadas práticas de discriminação da Petrobras no fornecimento de gás natural a concorrentes.”
O conselho informou ainda que a EPE pediu a condenação da Petrobras por conduta anticompetitiva e requereu que, até a avaliação final do pedido, o Cade adotasse medida preventiva, obrigando a Petrobras a, imediatamente, cessar a suposta infração. (AG)