Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 8 de janeiro de 2024
A Polícia Federal (PF) cumpriu, na manhã dessa segunda-feira (8), mandados contra suspeitos de financiar e fomentar os atos extremistas contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023 – há um ano.
Ao todo, foram cumpridas 47 ordens judiciais: um mandado de prisão preventiva contra um alvo na Bahia e 46 mandados de busca e apreensão espalhados pelo País.
A TV Globo apurou que o alvo do mandado de prisão preventiva é Wagner Ferreira Filho, que teria pagado R$ 24 mil para fretar um ônibus de manifestantes. Material genético dele foi encontrado no Congresso após os atos.
Wagner Filho foi detido e levado à superintendência da PF em Salvador (BA). Os nomes dos alvos de busca e apreensão não foram divulgados.
As ações foram cumpridas no Distrito Federal e em vários Estados, como Bahia, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Maranhão, Paraná, Rondônia, São Paulo, Tocantins e Santa Catarina.
A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes determinou ainda bloqueio e indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados. Segundo as investigações, os prejuízos ao patrimônio público beiram os R$ 40 milhões.
Segundo a PF, as ações dessa segunda eram integrantes da 23ª fase da operação Lesa Pátria, deflagrada no dia seguinte aos atos extremistas para investigar participantes, financiadores e mentores do episódio.
As investigações subsidiaram, por exemplo, o relatório da CPI dos Atos Golpistas no Congresso e as mais de 6,2 mil decisões tomadas pelo ministro Alexandre de Moraes nos processos relativos aos atos.
De acordo com um balanço do STF, 146 réus serão julgados até abril de 2024 em 10 sessões virtuais. Além desses réus, o STF retomará o julgamento, a partir de fevereiro, de outras 29 ações penais.
Desde setembro, quando começou a julgar os casos, a Corte já condenou 30 pessoas acusadas de participação nos atos antidemocráticas.
A operação Lesa Pátria é tratada pela PF como permanente, e os suspeitos de participação e financiamento são investigados por seis crimes:
* abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
* golpe de Estado;
* dano qualificado;
* associação criminosa;
* incitação ao crime;
* destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Ato
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os presidentes do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, se reuniram para lembrar 1 ano dos ataques extremistas de 8 de janeiro de 2023. O ato “Democracia Inabalada” teve também a presença do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, de governadores e ministros.
Lula e Moraes defenderam punições para os manifestantes e disseram que não haverá perdão nem apaziguamento.
“Todos aqueles que financiaram, planejaram e executaram a tentativa de golpe devem ser exemplarmente punidos. Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu país e contra o seu próprio povo. O perdão soaria como impunidade. E a impunidade, como salvo conduto para novos atos terroristas”, afirmou o presidente.
O petista disse que a “coragem” de parlamentares, governadores, ministros do STF e “militares legalistas” garantiu que nessa segunda fosse possível celebrar “a vitória da democracia sobre o autoritarismo”.
O presidente ainda agradeceu os profissionais das forças de segurança, em especial do Congresso, “que, mesmo em minoria, se recusaram a aderir ao golpe e arriscaram suas vidas no cumprimento do dever”.
“Quero em primeiro lugar saudar todos os brasileiros e as brasileiras que se colocaram acima das divergências para dizer um eloquente não ao fascismo. Porque somente na democracia as divergências podem coexistir em paz”, disse Lula.