Sexta-feira, 06 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 4 de junho de 2025
A Polícia Federal (PF) encaminhou à Interpol (a polícia internacional) o pedido de inclusão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na difusão vermelha, que é o alerta internacional para fins de localização e prisão. Condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ela anunciou na terça-feira (3) que deixou o País e que pretende morar na Europa. Segundo sua assessoria de imprensa, no entanto, a parlamentar encontra-se na Flórida, nos Estados Unidos.
A informação sobre o envio do pedido foi confirmada nessa quarta (4) pelo diretor-geral da PF, delegado Andrei Passos, que está em viagem oficial a Paris acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O pedido foi encaminhado por volta das 17h à sede da Interpol em Lyon, na França, e tem como base a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que determinou a prisão preventiva de Zambelli. Segundo Moraes, há risco de fuga e tentativa de obstrução da Justiça por parte da deputada.
O pedido será agora analisado pela Secretaria-Geral da Interpol, conforme os critérios de admissibilidade adotados pela organização. Caso o pedido seja aceito, os dados de Zambelli passarão a constar na lista da difusão vermelha, ficando disponíveis para as polícias dos 196 países-membros da Interpol. Esse mecanismo permite que autoridades estrangeiras localizem e detenham a pessoa procurada, ainda que provisoriamente, enquanto o processo de extradição segue seu curso diplomático e jurídico.
Atualmente, o Secretário-Geral da Interpol é o delegado Valdecy Urquiza, da própria Polícia Federal brasileira. Ele é o primeiro brasileiro — e também o primeiro representante de um país em desenvolvimento — a ocupar o cargo em mais de 100 anos de existência da Interpol.
Zambelli foi condenada por unanimidade pelo STF por envolvimento direto na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). De acordo com as investigações, ela agiu em conjunto com o hacker Walter Delgatti Neto, responsável por acessar ilegalmente sistemas e obter dados sigilosos de autoridades, inclusive de integrantes da Operação Lava-Jato.
Segundo a denúncia apresentada, Zambelli orientou Delgatti a invadir o sistema e inserir documentos falsificados, entre eles um mandado de prisão contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Além da pena de prisão, ambos foram condenados a pagar multa de aproximadamente R$ 2 milhões cada, pelos danos causados e pelos custos do processo judicial. (Com informações do portal Terra)