Sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de julho de 2015
A PF (Polícia Federal) indiciou o presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, sob suspeita de corrupção ativa, lavagem de dinheiro, fraude em licitações e crime contra a ordem econômica no âmbito da Operação Lava-Jato. Relatório do delegado Eduardo Mauat da Silva aponta indícios de acerto prévio em licitação e pagamento de propinas em pelo menos sete obras da Petrobras. Aponta, ainda, suspeita de operação de um esquema dentro da estatal para vender nafta, principal insumo da indústria plástica, a preços abaixo dos praticados para a Braskem, braço petroquímico do grupo Odebrecht.
O relatório será encaminhado ao Ministério Público Federal, que avaliará a investigação da PF antes de decidir se oferece ou não à Justiça a denúncia pelos fatos. Além de Marcelo, o relatório também indiciou outros quatro executivos da companhia: Rogério Santos de Araújo, Alexandrino de Salles de Alencar, Márcio Faria da Silva e Cesar Ramos Rocha.
Os diretores do conglomerado foram afastados de suas atividades após serem presos. O gerente da Petrobras Celso Araripe de Oliveira, responsável pela obra da sede da estatal brasileira em Vitória (ES), também foi indiciado. O empresário é investigado por suspeita de envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras. Os últimos dois indiciados são João Antônio Bernardi, ex-funcionário da Odebrecht, e o executivo Eduardo de Oliveira Freitas Filho.
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava-Jato, argumentou na ordem de prisão em junho que Marcelo e os outros executivos presos representavam risco para a ordem pública, por manterem contratos com a Petrobras e, portanto, terem condições de seguir corrompendo funcionários da estatal. Além disso, o juiz afirmou que eles poderiam atrapalhar as investigações.
Celular
Segundo a PF, dados gravados no telefone celular de Marcelo indicariam que o presidente do grupo teria tentado obstruir a investigação da Lava-Jato, citando inclusive políticos e esferas do Judiciário. “Esse panorama pode ser depreendido com certa segurança a partir das notações feitas pelo próprio em seu telefone”, afirma o relatório. (Folhapress)