Terça-feira, 11 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de novembro de 2025
Durante a Operação Lamaçal, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão
Foto: PF/DivulgaçãoCom o apoio da CGU (Controladoria-Geral da União), a PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã desta terça-feira (11), a Operação Lamaçal com o objetivo de apurar desvios de recursos públicos federais do FNAS (Fundo Nacional de Assistência Social) repassados à prefeitura de Lajeado, no Vale do Taquari, em razão das enchentes ocorridas em maio de 2024.
Foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, além do sequestro de dez veículos e do bloqueio de ativos que totalizam quase R$ 4,5 milhões. A ação foi realizada em Lajeado, Muçum, Encantado, Garibaldi, Guaporé, Carlos Barbosa, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Porto Alegre.
O ex-prefeito de Lajeado Marcelo Caumo foi um dos alvos da ação da PF. Atualmente, Caumo é secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Rio Grande do Sul.
No decorrer do inquérito policial, segundo a PF, foi possível verificar irregularidades em procedimento licitatório realizado pela prefeitura de Lajeado para a contratação de uma empresa para prestar serviços terceirizados de psicólogo, assistente social, educador social, auxiliar administrativo e motorista.
“A dispensa da licitação foi realizada com a justificativa do estado de calamidade pública declarado pelo município em 2024. Há indícios de que a contratação direta da empresa investigada tenha ocorrido sem observância da proposta mais vantajosa, e os valores contratados estariam acima do valor de mercado. O valor total dos dois contratos, inicialmente levantados no curso do inquérito policial, somam aproximadamente R$ 120 milhões”, informou a PF.
Não houve prisões durante a operação desta terça. Os investigados poderão responder por desvio de verbas públicas, lavagem de capitais e crimes em licitações e em contratos administrativos.
Notas
A prefeitura de Lajeado e o governo gaúcho divulgaram notas sobre a operação da PF.
“A administração municipal colabora integralmente com as autoridades, fornecendo todas as informações solicitadas e adotará as medidas cabíveis diante de eventuais irregularidades. A prefeitura reafirma seu compromisso com a transparência, a legalidade e a lisura dos processos públicos”, afirmou o Executivo municipal.
“O governo do Estado destaca que a investigação não tem qualquer relação com a atuação de Marcelo Caumo enquanto secretário de Estado. À época dos fatos relatados, Marcelo Caumo atuava na administração municipal na cidade de Lajeado. Ainda que a apuração seja sobre contratos firmados antes do ingresso dele no quadro do Executivo estadual, o governo reforça sua absoluta disposição para auxiliar a Polícia Federal na investigação dentro do que for possível. O governo do Estado aguardará os desdobramentos da apuração, resguardando o direito de defesa e contraditório dos envolvidos”, afirmou o Executivo estadual.