Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 16 de julho de 2024
O documento traz uma carta escrita por Carlos Bolsonaro, em inglês, à instituição financeira Truist Bank, na Flórida.
Foto: Renan Olaz/CMRJA Polícia Federal (PF) vai pedir a quebra do sigilo fiscal do vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro para verificar se ele manteve uma conta bancária nos Estados Unidos. O foco dos investigadores é verificar se a conta atribuída ao vereador era declarada por ele, já que a não declaração de contas no Exterior pode configurar crime de evasão de divisas.
Os dados sobre a existência da conta estão no inquérito que investiga monitoramentos ilegais de autoridades pela “Abin Paralela”. O documento traz uma carta escrita por Carlos Bolsonaro, em inglês, à instituição financeira Truist Bank, na Flórida.
Na carta de 11 de dezembro de 2023, Carlos pede ajuda para receber um cheque emitido pelo banco quando sua conta foi encerrada, no mês de setembro, e agradece “pelo ótimo atendimento e toda atenção que recebeu quando era cliente”.
O vereador diz ainda que não recebeu a correspondência que chegou a ser enviada pelo banco, por não ter mais nenhum familiar residente no endereço na cidade de Washington. Carlos pede ainda que o cheque seja encaminhado para a agência onde ele originalmente abriu sua conta.
“Destaca-se, por oportuno, em razão da pertinência temporal das ações realizadas no mês de dezembro de 2022 em especial o fato de o então Presidente da República — JAIR BOLSONARO – estar nos EUA, nos termos da IPJ Nº 2557670/2024, o Sr. CARLOS BOLSONARO em 11/12/2023 redigiu carta endereçada ao TRUIST Bank, na Flórida, Estados Unidos da América, informando que estava tendo dificuldades para receber o cheque emitido pelo banco. Nesta carta, o investigado solicita que o cheque seja encaminhado para determinado endereço em Washington DC”, diz a PF no relatório.
As informações são do blog da Bela Megale, de O Globo.
Na representação da Última Milha 4, a carta foi reproduzida após a Polícia Federal apresentar diálogos travados entre dois ex-integrantes da Abin Paralela. Nas conversas, os policiais federais Marcelo Bormevet e Carlos Magno discutem a possibilidade de o então presidente Jair Bolsonaro “invocar” o artigo 142 da Constituição dos EUA – em referência a um golpe de Estado.
Na rede social X (antigo Twitter), Carlos Bolsonaro disse que há dois anos o Banco do Brasil encerrou sua conta nos EUA o que levou a “mudanças de bancos com menos de $15.000 na época”. “Desisti de colocar parte de meus ganhos lá e paguei o imposto duplicado novamente para voltar à minha conta no Brasil. Novamente, não acredito que isso é trabalho de uma Polícia Federal, mas uma fofoca de imprensa para criar mais uma narrativa. Seguimos na democracia inabalável e pujante”, disse.