Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de junho de 2017
Agentes da PF (Polícia Federal) prenderam, na manhã desta quinta-feira (01), o empresário Marco Antônio de Luca, ligado às empresas de alimentos Masan e Milano, que pertencem ao mesmo grupo familiar e estão entre as principais fornecedoras de alimentos e merenda para o Estado do Rio de Janeiro.
Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em diversos endereços. A operação, batizada de Ratatouille, é mais uma fase da Operação Lava-Jato. Por volta das 6h, os agentes chegaram à casa de Marco Antônio na Avenida Vieira Souto, em Ipanema. A Masan tem vários contratos de fornecimento de comida com o Estado. Juntas, as empresas Masan e Milano receberam cerca de R$ 7 bilhões do governo fluminense entre os 2011 e 2017.
Segundo o portal da Transparência do Estado do Rio de Janeiro, a Masan teria recebido o total de R$ 5.425.992.909,81 e a Milano um total de R$ 1.604.929.918,20. Conforme as investigações, Marco de Luca pagou pelo menos R$ 12,5 milhões em propina para a organização criminosa liderada por Cabral para ganhar esses contratos. São investigados contratos de alimentação hospitalar, escolar e de presídios. Marco Antônio será indiciado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O nome Ratatouille remete a um prato típico da culinária francesa, em referência a um jantar em restaurante de alto padrão em Paris, no qual estavam presentes diversas autoridades públicas do Rio de Janeiro e empresários que possuíam negócios com o Estado.
A operação foi realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal. Quarenta policiais federais cumpriram um mandado de prisão preventiva e nove de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do RJ na capital fluminense e nos municípios de Mangaratiba (RJ) e Duque de Caxias (RJ).
De acordo com a Justiça, a prisão preventiva foi decretada por haver indícios de Marco Antônio ser “o grande corruptor da iniciativa privada na área da alimentação e serviços especializados no Estado do Rio de Janeiro. Aduz o Ministério Público Federal que o investigado teria se associado aos integrantes da Organização Criminosa, através da entrega valores em espécie diretamente ou por intermédio de Luiz Carlos Bezerra”, diz o pedido.