Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 23 de junho de 2021
A Polícia Federal (PF) revelou que os investigados na operação Senha Forte utilizavam senhas de diversos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do país. A informação foi divulgada durante coletiva virtual na tarde desta quarta-feira (23).
De acordo com a PF, a operação visa desarticular grupo criminoso que fraudava benefícios previdenciários em diversos estados do Brasil.
“Até o momento, as investigações revelam que eles [investigados] utilizavam senhas de servidores do INSS, que são lotados em diversas unidades pelo país. Esses servidores, a priori, não tinham conhecimento e não estão envolvidos na fraude”, disse o delegado Marcelo Andrade Siqueira.
Ainda de acordo com o delegado, as investigações estão acontecendo para chegar na conclusão de como o grupo criminoso tinha acesso às senhas.
“As investigações não vão se interromper com o cumprimento das medidas de hoje, assim como não se interromperam com a prisão em flagrante das mulheres em Feira de Santana, que deu origem a toda a investigação”, salientou Marcelo Andrade Siqueira.
Ainda na coletiva virtual, o delegado informou que dois dos três mandados de prisão temporária foram cumpridos na região metropolitana de São Paulo. O terceiro investigado não foi localizado e é considerado foragido.
Além disso, o delegado informou que materiais eletrônicos, como computadores e celulares, foram apreendidos para perícia.
Marcelo Andrade Siqueira ainda revelou que um dos investigados tinha vínculo com uma pessoa de Ilhéus, no sul da Bahia.
“Há indício de que um dos investigados manteve relacionamento amoroso com uma mulher natural da Bahia e, a partir daí, conseguiu arregimentar outras pessoas do círculo social dela”, comentou o delegado.
Operação Senha Forte
A operação Senha Forte foi deflagrada na manhã desta quarta-feira, em conjunto com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, e cumpre três mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária, expedidos pela Justiça da Bahia para as cidades de Guarulhos, Ferraz de Vasconcelos e São Paulo, todas no estado de São Paulo.
Ainda segundo a PF, os alvos são pessoas que tinham por função arregimentar falsos dependentes/curadores nos estados. O valor do prejuízo estimado com as fraudes supera R$ 31 milhões, relacionados a mais de 100 benefícios previdenciários suspeitos.
Conforme apurado, o grupo criminoso promovia a inclusão fraudulenta de dependentes/curadores fictícios nos sistemas do INSS, para conseguir valores indevidos.
As investigações que culminaram na operação desta quarta-feira tiveram início com a prisão em flagrante de duas mulheres em Feira de Santana, cidade acerca de 100 km de Salvador, em maio de 2020, no momento em que tentavam sacar de forma fraudulenta cerca de R$ 80 mil referentes a um benefício manipulado.