Terça-feira, 07 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de maio de 2021
Em documento enviado ao STF, PF aponta operações financeiras suspeitas e fortes indícios contra o ministro
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilNo documento em que pediu autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), para abrir a Operação Akuanduba – que na semana passada realizou buscas contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles –, a PF (Polícia Federal) apontou fortes indícios de envolvimento dele em um possível esquema de corrupção para exportação ilegal de madeira.
A PF também cravou que as provas reunidas na investigação já são suficientes para enquadrar o presidente afastado do Ibama, Eduardo Bim, pelos crimes de facilitação ao contrabando e advocacia administrativa.
O acervo de provas enviado ao STF abrange relatos de reuniões com madeireiros, alterações nas regras de fiscalização, trocas de mensagens, depoimentos de testemunhas e operações financeiras suspeitas, que atingem o escritório de advocacia de Ricardo Salles em São Paulo. O delegado Franco Perazzoni, responsável pela investigação, entregou ao STF 92 páginas de representação.
Se, no caso de Salles, a PF se limitou a afirmar que o conjunto de provas aponta para a participação nos crimes, no caso de Eduardo Bim a investigação fala em crimes já configurados de facilitação ao contrabando e advocacia administrativa e levanta ainda suspeitas de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A PF também entende que houve empenho pessoal de Eduardo Bim em atender interesses particulares de madeireiras, o que explica um pedido de afastamento do cargo, deferido pelo ministro Alexandre de Moraes.
Principal alvo da ação da PF, Salles nega irregularidades e disse que Moraes foi “induzido ao erro ao autorizar a operação”, classificada por ele como “exagerada” e “desnecessária”.