Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 28 de novembro de 2017
No início da noite dessa terça-feira, a PF (Polícia Federal) corrigiu a informação do escrivão Antônio Lima de Sousa sobre o suposto sumiço de duas das nove malas de dinheiro apreendidas em um apartamento utilizado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima em Salvador (BA). De acordo com a corporação, diferente do que registrou o escrivão Francisco Antonio Lima de Souza, as nove malas estão em Brasília.
Em uma certidão incluída no inquérito sobre a origem dos R$ 51 milhões apreendidos no apartamento (que também era usado pelo deputado federal Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel e também ligado ao PMDB), o escrivão havia anotado que apenas sete das nove malas tinham sido enviadas a Brasília. A assessoria da PF chegou a dizer que as outras duas malas teriam sido mantidas na capital baiana, mas depois fez a devida correção.
Ainda de acordo com o comunicado, não houve extravio de malas e nem de dinheiro. As cédulas, em moeda nacional e estrangeira, foram apreendidas, contadas e depositadas em uma conta judicial. O destino que será dado a esse dinheiro deve ser definido até o final da apuração do caso.
O suposto desaparecimento das malas estava registrado por Lima em um documento formal da investigação. “Certifico que quando do recebimento do material encaminhado pela SRIPF/BA, referente à Operação Tesouro Pedido, através dos memorandos nº 3530/2017, 3531/2017 e 3532/2017, foi constatado a presença de somente sete malas, sendo seis grandes e uma pequena, quando no Auto de Apreensão relaciona nove malas, sendo seis grandes e três pequenas”, registrou então o escrivão.
Agora, a PF deverá emitir uma segunda certidão para retificar que as nove malas apreendidas estão em poder dos investigadores, em Brasília. Essa alteração não deverá ter impacto direto e prático sobre o resultado das apurações.
Geddel, considerado um dos principais articuladores políticos do governo federal nos primeiros meses de gestão do presidente Michel Temer, foi preso no dia 8 de setembro, três dias após a Polícia Federal localizar e apreender a quantia milionária.
Supremo
O delegado Eugênio Ricas, diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, tambpem corrigiu a informação ao STF (Supremo Tribunal Federal), órgão onde tramita a Operação Tesouro Perdido, por causa do foro privilegiado de Lúcio Vieira Lima. “As duas malas, inicialmente dadas como desaparecidas, estavam dentro de outras malas, apreendidas no bunker de Geddel e de seu irmão”, detalhou.
“Na verdade, não está faltando nada”, esclareceu o delegado Eugenio Ricas. “Houve uma confusão na hora da certificação. O procedimento foi o seguinte: esse recurso [R$ 51 milhões] foi encontrado no apartamento de Salvador, apreendido e levado à Superintendência da Polícia Federal. Esse dinheiro foi então todo contado, foi apreendido e depositado no banco, ainda na Bahia. Não houve sequer trânsito de dinheiro.”
Também conforme o delegado, as malas foram submetidas à perícia e encaminhadas a Brasília, base da Operação Tesouro Perdido. “Em Brasília, na hora de acomodar essas malas no depósito, duas estavam dentro de outras malas. Isso foi certificado pelo escrivão nesta terça-feira, 28 de novembro. Diante desse imbróglio, isso foi checado e foi verificado que essas malas estavam dentro de outras malas. Isso já foi certificado, comunicado ao Supremo Tribunal Federal, mas o fato é que não houve sumiço, nem de malas, nem de dinheiro.”