Quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de julho de 2016
Titular da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro, o delegado Fábio Cardoso não descarta que a morte de Diego Vieira Machado, de 26 anos, aluno de arquitetura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tenha sido motivada por homofobia e racismo. O corpo do jovem foi encontrado na noite de sábado (2) boiando, na Baía de Guanabara, muito próximo à Ilha do Fundão, onde está instalada a universidade.
“As equipes da DH que estiveram no local, verificaram que ele era homossexual e vinha recebendo ameaças homofóbicas e racistas. O corpo foi encontrado sem calça, apenas com camisa. Ele teria sido abordado no campus e agredido na cabeça. Está sendo feita a necropsia. É um crime covarde e cruel, que precisa de uma resposta rápida”, explicou Cardoso.
O delegado afirmou na noite deste domingo (3) que a hipótese mais provável do assassinato de Diego Machado foi um crime com motivações homofóbicas e racistas. “Uma das linhas de investigação mais consistentes e mais fortes indicam que ele foi morto por crime de homofobia”, afirmou o delegado.
O corpo foi encontrado nas águas da Baía de Guanabara, perto da Ilha do Fundão, na altura da Faculdade de Biotecnologia. Diego teria saído na noite de sábado do alojamento da UFRJ para praticar exercícios na região.
Apesar de o laudo da necropsia não estar pronto, o delegado Fábio Cardoso afirma que o corpo estava com marcas de agressões na cabeça, o que indica que o golpe possa ter sido a forma que o criminoso usou para imobilizá-lo.
“Ele era um homem alto e forte, o que indica que tenha sido difícil uma imobilização”, contou o delegado.
A hipótese de crime de ódio foi levantada porque há registro de ameaças que ele estaria sofrendo nos últimos tempos. “Ele vinha recebendo ameaças homofóbicas e racistas nos últimos dias”, explicou o delegado.
Ele teria saído do alojamento para fazer exercício, inicialmente, e sofreu uma lesão na cabeça e jogado, já desacordado na baía de Guanabara.
Os peritos estão tentando refazer o caminho pelo qual ele percorreu antes de morrer para conseguir mais informações que ajudem a desvendar o crime.
A partir desta segunda-feira (4), colegas e funcionários da UFRJ serão ouvidos em depoimento. (Cristina Boeckel/AG)