Quarta-feira, 12 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de março de 2018
Famosos e intelectuais usaram as redes sociais para repercutir e lamentar a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), de 38 anos. A ativista foi assassinada a tiros na noite de quarta-feira (14), no Rio de Janeiro. A principal linha de investigação da Divisão de Homicídios, responsável pelas apurações, é de execução. O motorista que estava com ela, Anderson Pedro Gomes, também foi morto na ação.
Marielle Franco tinha 38 anos e se apresentava como “mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré”. Ela foi a quinta mais votada da cidade nas eleições de 2016, com 46.502 votos, em sua primeira disputa eleitoral.
Caetano Veloso publicou uma homenagem em forma de música. Em vídeo, o cantor interpretou sua música “Estou Triste”. No texto, usou as hashtags “Luto por Marielle” e “Marielle Presente”.
#MariellePresente #LutoPorMarielle ✊?Estou Triste ( http://spoti.fi/2GxT6Nz )“Estou triste, tão tristeEstou muito tristePor que será que existe o que quer que sejaO meu lábio não dizO meu gesto não fazSinto o peito vazio e ainda assim fartoEstou triste, tão tristeE o lugar mais frio do rio é o meu quartoEstou triste, tão tristeEstou muito tristePor que será que existe o que quer que sejaO meu lábio não dizO meu gesto não fazSinto o peito vazio e ainda assim fartoEstou triste, tão tristeE o lugar mais frio do rio é o meu quarto”#CaetanoVeloso #JustiçaParaMarielle #NãoVãoSilenciarMarielle #342agora #342artes
Publicado por Caetano Veloso em Quarta-feira, 14 de março de 2018
Políticos, governos, partidos e entidades lamentam morte da vereadora Marielle Franco
A cantora Teresa Cristina também prestou homenagem à Marielle. “Difícil pensar alguma coisa nesse momento de tanta dor. Que os familiares de Marielle Franco encontrem algum conforto diante de tamanha brutalidade”.
O mesmo fez a atriz Mônica Iozzi. Em seu post, ela contou que conhecia Marielle. “Ela lutava pela paz, por oportunidades iguais para todos. Denunciava a corrupção na câmara, na polícia…”, escreveu.
Os atores Debora Bloch, Mateus Solano, Fabiana Karla e Julia Konrad, o cantor Emicida, a jornalista Carol Barcellos, a cantora Elza Soares, entre outros tantos artistas e intelectuais, também se manifestaram nas redes sociais e convidaram para alguns atos de manifesto que vão acontecer em todo o Brasil.
Das poucas vezes que me falta a voz. Chocada. Horrorizada. Toda morte me mata um pouco. Dessa forma me mata mais. Mulher, negra, lésbica, ativista, defensora dos direitos humanos. Marielle Franco, sua voz ecoará em nós. Gritemos.
— Elza Soares (@ElzaSoares) March 15, 2018
https://instagram.com/p/BgU50eyDEFp/?utm_source=ig_embed
Muita tristeza pelo assassinato covarde de Marielle, uma mulher, servidora pública que lutava contra forças criminosas e trabalhava por uma cidade menos desigual. Muita tristeza pela situação crítica em que chegamos e pela ineficácia vergonhosa do poder público. pic.twitter.com/nmJATL2K7p
— Marisa Monte (@marisamonte) March 15, 2018
Câmara dos Deputados prestou homenagem
“Companheira, me ajuda, que eu não posso andar só. Eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor” era a canção entoada nos corredores da Câmara dos Deputados na manhã desta quinta-feira (15), durante manifestação em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada na quarta (14) no Rio de Janeiro.
Aos gritos de “Marielle, presente!”, parlamentares, servidores e militantes caminharam até o plenário da Casa segurando girassóis para pedir agilidade na apuração da morte da vereadora carioca de 38 anos, o fim da Polícia Militar e da intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio.
“Quantas de nós ainda teremos que morrer para entenderem que o racismo mata, destrói?”, disse na tribuna a estudante de filosofia da UnB Ana Luiza Guimarães, para um plenário cheio.
“Nós estamos aqui por você, Marielle, para dizer que a nossa luta não acabou, que a resistência pode doer e dói, como dói resistir, mas vamos estar de pé lutando para que nenhum jovem negro padeça mais nas periferias do Brasil”, disse a estudante, recebendo aplausos.
A sessão solene durou cerca de uma hora e foi presidida pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que escutou gritos de “fora, Maia” e “golpista”.
No plenário foram estendidos cartazes e faixas com dizeres como “parem de matar os jovens negros”, “a Maré chora a execução de sua filha” e “parem de nos matar”. Também foram entoadas palavras de ordem como “fora, Temer” e “não acabou, tem que acabar/eu quero o fim da polícia militar”.
Deputadas como Maria do Rosário (PT-RS), Janete Capiberibe (PSB-AP), Professora Dorinha (DEM-TO), Luiza Erundina (PSOL-SP), Erika Kokay (PT-DF) e Jô Moraes (PC do B-MG) discursaram na tribuna da Casa.
“Cada um de nós, sobretudo as mulheres, nos sentimos morrendo um pouco no dia de hoje”, disse Erundina.
Com os olhos inchados, o deputado Jean Wyllys (RJ), correligionário de Marielle, fez fala breve e pediu que Maia instalasse comissão externa para a apuração do crime.
Compareceram à sessão ainda deputados como Júlio Delgado (PSB-MG), Miro Teixeira (REDE-RJ), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Edmilson (PSOL-PA).
Presenças deslocadas no plenário ocupado por membros de partidos da oposição, o presidente da “bancada da bala”, Alberto Fraga (DEM-DF), e um dos líderes da bancada evangélica, Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), subiram à mesa diretora no meio da sessão, falaram com Maia e se retiraram.