Sábado, 14 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 26 de setembro de 2017
A Coreia do Norte já conduziu uma série de testes nucleares em 2017, algo que preocupa vizinhos, inimigos e mesmo aliados. Um dos efeitos recentes é a troca de ameaças entre o ditador Kim Jong-un e o presidente dos EUA, Donald Trump.
O que muitos não lembram é que pouco mais de 30 anos atrás, em 1985, o país fez parte do tratado internacional de não proliferação de armas nucleares (NPT). Mas após o colapso da União Soviética, em 1991, a Coreia do Norte perdeu sua principal fonte de verbas e armamentos.
Além disso, passou por uma série de desastres naturais, um golpe em sua agricultura. Mais de 3 milhões de pessoas morreram entre 1994 e 1998, devido a uma onda de fome. Com isso, o regime passou a desenvolver armas nucleares como uma forma de sobreviver – em 1994, os EUA acenaram com ajuda financeira em troca do fim do programa, mas o acordo fracassou.
Em 2003, a Coreia do Norte deixou o NPT. Três anos depois, fez seu primeiro teste atômico. Após Kim Jong-un chegar ao poder, em 2011, o programa nuclear só cresceu. A ideia é ter armas capazes de chegar aos EUA para evitar um ataque e fortalecer o regime na mesa global de negociações.
Opção militar
Os Estados Unidos estão “totalmente preparados” para uma opção militar na Coreia do Norte, afirmou o presidente Donald Trump nesta terça-feira (26) em coletiva de imprensa na Casa Branca ao lado do chefe do governo da Espanha, Mariano Rajoy.
“Estamos totalmente preparados para a segunda opção. Não é a opção preferida. Mas se tomarmos essa opção será devastador para a Coreia do Norte. Vamos chamá-la de opção militar”, disse Trump. “Se tivermos que tomar essa opção, nós vamos”, afirmou.
O presidente também disse que “é o momento para que todas as nações juntem esforços para isolar a Coreia do Norte”.
O chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, disse que apoia a aprovação de novas sanções contra a Coreia do Norte, o que está sendo analisado pela União Europeia. “Expressei o total apoio do governo espanhol por aprovações de sanções (…) e também lembrei o presidente Trump que a Espanha tomou medidas para reduzir a diplomacia norte-coreana no nosso país”, afirmou Rajoy.
“A Espanha vai apoiar qualquer decisão política que contribua para colocar um fim a esta situação, que não tem nada a ver com os princípios e valores que a maioria das democracias ocidentais e globais defende”, acrescentou.
A relação entre os EUA e a Coreia do Norte vive nas últimas semanas uma nova escalada na tensão, de maneira especial após dois mísseis sobrevoarem o Japão. A Coreia do Norte já ameaçou usar armas nucleares para “afundar” o Japão e reduzir os EUA a “cinzas e escuridão” por apoiar a resolução e sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o mais recente teste nuclear do regime.