Armando Burd Por um fio
Por Redação O Sul | 1 de maio de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O núcleo do poder em Brasília passou o final de semana fazendo as contas sobre as possibilidades no plenário da Câmara dos Deputados. A votação da reforma da Previdência será como andar em um fio suspenso a 40 metros de altura, sem rede em caso de queda. Ministros estão confiantes, mas nenhum assessor que conhece o cenário arrisca previsão.
Caixa aberto
Tudo leva a crer que os orçamentos públicos se comparam a corredor de ônibus: sempre cabe mais um. A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) determina que o teto no serviço público incide sobre cada salário e não em relação à soma das remunerações. Com isso, o limite de 33,7 mil reais perde o efeito.
Custo nas alturas
O tamanho da dívida pública (que supera 4 trilhões de reais) e o custo da rolagem fazem dos Tesouros dos Estados e da União os maiores pagadores de juros, para alegria dos banqueiros. O Jurômetro chegou ontem à noite a 134 bilhões de reais. Foi o valor desembolsado pelo governo federal desde o dia 1º de janeiro deste ano. Os cortes de despesas alardeados tornam-se irrelevantes diante desse total.
Tobogã
A pesquisa Datafolha mostra que a Operação Lava-Jato ajuda a subir e a descer. Em dezembro de 2015, Aécio Neves estava com 27 pontos percentuais e agora veio para oito. Prova de que seu eleitorado julgou as delações em que aparece. No mesmo período, Lula saltou de 20 para 30 pontos. O critério de seus admiradores é outro.
Outros tempos
Nenhum outro presidente da República como Getúlio Vargas valorizou tanto o dia 1º de maio. Em 1939, criou a Justiça do Trabalho; em 1940, instituiu o salário mínimo; em 1943, anunciou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). A partir de 1937, quando impôs a ditadura, os comícios lotaram estádios e praças públicas. Seus discursos serviam como baliza das ações do governo.
Linha direta com o povo
Em 1º de maio de 1951, o estádio do Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, lotou para comemorar o Dia do Trabalho. Vargas discursou e, em um trecho, destacou: “Uni-vos todos nos vossos sindicatos, como forças livres e organizadas. As autoridades não poderão cercear a vossa liberdade, nem usar de pressão ou de coação. O sindicato é a vossa arma de luta, a vossa fortaleza defensiva, o vosso instrumento de ação política!”
País quebrado
O legado de Hugo Chavez, comandante da revolução bolivariana, que queria transformar a Venezuela em modelo para a América Latina: forte recessão, inflação descontrolada, escassez de alimentos e medicamentos, racionamento de água e altíssimos índices de violência.
Contagem regressiva
O governador José Sartori entra na fase da pressa: a gestão terá mais 525 dias.
Quem quer pagar
Para tirar dúvidas, falta uma pesquisa nacional que avalie se o imposto sindical deve ser mantido ou não.
Grande diferença
Eike Batista troca cela de 9 metros quadrados por mansão em que só as peças de decoração valem 20 milhões de reais.
Zona de perigo
A fiscalização sobre ingresso de dinheiro para despesas de campanha vai triplicar em 2018. Aceitar o caixa 2 será equivalente a entrar no jogo suicida da Baleia Azul.
É o preço
Se o marqueteiro João Santana continuar abrindo o bico, terá que andar com guarda pessoal.
Acelerando
Jornal Clarín, de Buenos Aires: “Argentina espera vender 800 mil automóveis zero quilômetro neste ano, a maioria de fábricas brasileiras”.
Na terra das versões
Se boataria na Política pagasse imposto, os cofres do Tesouro Nacional estariam abarrotados.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
