Quarta-feira, 02 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 29 de janeiro de 2025
Porto Alegre registrou no ano passado uma alta acumulada de 2,89% no custo final dos alimentos, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação foi a menor dentre as cidades brasileiras pesquisadas no período.
Especialistas como André Braz, coordenador setorial do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), atribuem o fato à sobreoferta de produtos na capital gaúcha por causa da ajuda humanitária que recebeu durante e após as enchentes recordes de maio.
Luis Otávio Leal, economista da empresa de consultoria G5 Partners, chama a atenção para outro fator determinante nesse desempenho: mais de 60% da produção de carne bovina do País é procedente do Rio Grande do Sul, o que ajudou a conter a alta desses preços.
Gerente de pesquisas do IPCA, Fernando Gonçalves contextualiza que os preços das carnes subiram tanto na capital paulista quando na gaúcha, porém com intensidades diferentes: “Em São Paulo houve variação de 26,5% em 12 meses, enquanto Porto Alegre teve uma variação de 10,09%. Isso ajuda a entender a diferença entre as cidades”.
Carne bovina
O levantamento realizado pelo IBGE mostra no topo do ranking da inflação três cidades com aumento de dois dígitos no custo da alimentação pelas famílias em 2024: Campo Grande (MS) com 11,3%, Goiânia (GO) com 10,6% e São Paulo com 10%.
André Braz acrescenta que a inflação foi maior nas cidades brasileiras com maior consumo de carne bovina. Em Campo Grande, o produto ficou 31,3% mais caro, seguido por São Paulo (26,54%) e Goiânia (24,21%). “O produto foi um grande vilão dos preços em 2024”, comenta o coordenador do Ibre da FGV. (Estadão Conteúdo)