Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 8 de novembro de 2015
Autoridades de Portugal investigam indícios de que o ex-primeiro-ministro português José Sócrates, preso em 2014 sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro, tenha utilizado sua influência junto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para beneficiar uma empresa em negócios com o Ministério da Saúde brasileiro.
A investigação foi divulgada na última sexta-feira pelo jornal português Observador. Segundo a reportagem, o DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal) português suspeita que o ex-primeiro-ministro tenha tentado praticar tráfico de influência internacional.
De 2013 até novembro de 2014, quando foi preso no âmbito da Operação Marquês, Sócrates atuou como consultor para a América Latina da Octapharma, empresa suíça que é uma das maiores produtoras de hemoderivados do mundo.
No período em que era o contato da Octapharma com as autoridades brasileiras, conforme a investigação, Sócrates encontrou-se com o ex-presidente Lula e com ex-ministros da Saúde brasileiros com o objetivo de obter vantagens para a empresa.
A Octapharma, segundo o jornal, queria fornecer plasma sanguíneo à Hemobrás, estatal brasileira do setor, ou atuar em um acordo de cooperação entre a Hemobrás e o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo.
Esse acordo entre os órgãos brasileiros para produção de plasma sanguíneo foi firmado em 2011. (Folhapress)