Por Redação O Sul | 26 de abril de 2024
A pousada que pegou fogo em Porto Alegre na madrugada dessa sexta-feira (26) pertence à rede Garoa, terceirizada pela prefeitura para acolhimento de pessoas em situação de rua. No contrato com a administração municipal (renovado em dezembro por 12 meses) consta a destinação mensal de quase R$ 226 mil à empresa – cerca de R$ 2,7 milhões por ano.
O serviço conhecido como “aluguel social” banca por um ano (renovável por mais dois) a despesa de hospedagem de indivíduos cadastradas na Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc). A rede Garoa firmou seu primeiro contrato com a administração municipal em 2020, no auge da pandemia de coronavírus, como medida de urgência.
Outra filial da rede, na rua Jerônimo Coelho entre Marechal Floriano e Vigário José Inácio (Centro Histórico), sofreu incêndio em novembro de 2022. Uma pessoa morreu e 11 ficaram feridas naquela ocasião.
Condições precárias
No caso dessa sexta, dez pessoas morreram em um prédio de quatro andares na avenida Farrapos nº 305, entre as ruas Barros Cassal e Garibaldi (bairro Floresta). O titular da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Fernando Ritter, atualizou no início da noite os dados sobre os 15 feridos que chegaram a ser encaminhados para atendimento.
A lista inclui dois indivíduos em estado grave e seis ainda internados (mas sem risco de morrer) no Hospital de Pronto-Socorro (HPS), Hospital Cristo Redentor e Hospital Santa Ana. Outro sete já foram liberados.
Embora autoridades tenham cogitado origem criminosa para o fogo que consumiu o interior do imóvel, a hipótese acabou perdendo força ao longo dia. O esclarecimento depende de investigações pela Polícia Civil e Corpo de Bombeiros Militar.
Já se sabe que o estabelecimento funcionava sem plano de prevenção de incêndios, embora tivesse autorização municipal para atuação no ramo de hospedagem – documento que desde 2020 substitui em Porto Alegre a exigência de alvará para alguns negócios considerados de baixo risco.
(Marcello Campos)
