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Mundo O presidente da Argentina, Mauricio Macri, se despediu do cargo com o país em crise econômica

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Presidente da República Argentina, Mauricio Macri.

Foto: Marcos Corrêa/PR
Macri afirmou desde o primeiro dia de governo ter recebido uma “herança maldita”. (Foto: Marcos Corrêa/PR)

Com Alberto Fernández prestes a assumir a presidência argentina, Mauricio Macri, despediu-se neste sábado (7), em um ato na Praça de Maio. Macri passou os últimos dias fazendo uma retrospectiva da gestão na internet e em um pronunciamento em cadeia nacional na TV.

Nas redes sociais, Macri publicou pequenos vídeos, “momentos”, nos quais reviveu passagens de sua gestão, e, num comunicado à nação, na quinta-feira (5), se disse frustrado com o desempenho econômico do país.

O atual ocupante da Casa Rosada, justificou, porém, as principais causas de seu fracasso com fatores alheios às suas medidas: a forte seca que em 2017 e 2018 comprometeu a colheita de soja e os efeitos impostos pelo clima de guerra econômica no panorama internacional.

Macri afirmou desde o primeiro dia de governo ter recebido uma “herança maldita”, referindo-se ao estado da economia durante o mandato de Cristina Kirchner (2007-2015), entrega um legado negativo na área, o que se transformou na maior preocupação do futuro governo de Fernández. Macri tampouco teve estabilidade política para colocar a economia em dia.

Depois de três ministros Macri dividiu o ministério em subpastas porque preferia o “trabalho em equipe em vez de superministros”, mas não pôde evitar uma grande desvalorização do peso —se US$ 1 custava 14 pesos quando assumiu, agora custa 62,25 pesos. Os salários no país, claro, não acompanharam esse ritmo.

Houve aumento da inflação, que deve fechar o ano em 55%, e do número de pobres, de 28,5% em 2015, quando assumiu, para 40% quatro anos depois. Macri endividou ainda mais o país devido a um déficit orçamentário crônico que sua equipe não pôde resolver.

Uma linha de crédito com o FMI (Fundo Monetário Internacional) foi aberta, e a Argentina contraiu um empréstimo de US$ 57 bilhões (R$ 236 bilhões) —a remessa que falta, de US$ 11 bilhões, foi dispensada por Fernández, cujo principal desafio após assumir é definir como pagará o que já foi gasto.

Choque neoliberal

A estratégia de não realizar um choque neoliberal de uma só vez tampouco funcionou. Adotou o que chamou de “gradualismo”, ou seja, reformas, ajustes, fim de subsídios e enxugamento da máquina pública, mas tudo paulatinamente.

Assim, o fracasso se deve principalmente às tarifas a conta-gotas, o que ampliava seu desgaste político a cada anúncio. Depois, a promessa de uma “chuva de investimentos” também não se concretizou, dessa vez por conta da desaceleração internacional.

Despedida

Macri, sua mulher, Juliana Awada, a filha Antonia e a enteada, Valentina, já começaram a se mudar de Olivos, a residência oficial do presidente, e buscam uma casa num subúrbio nobre de Buenos Aires.  Ele deve manter um escritório no centro da capital, onde pretende rearmar seu partido, o PRO (Proposta Republicana), e liderar a oposição ao governo kirchnerista.

Uma de suas filhas mais velhas comprou uma casa em Madri na esperança de levar o pai para lá, mas Macri quer seguir na política, planeja apenas passar uma temporada de férias na Europa, de pelo menos um mês e meio.

Nos últimos dias, tem se mostrado relaxado e, na noite de quinta-feira, para se despedir de Olivos, foi com a esposa jantar na Panaderia de Pablo, um restaurante a uma quadra da residência oficial.

Ao sair terá de enfrentar alguns processos judiciais, entre os quais os escândalos dos Correios, no qual favoreceu seu grupo empresarial ao perdoar parte da dívida que tinha com o Estado, e o da MacAir, em que é acusado de ter favorecido a Avianca em licitações de novas linhas aéreas no país. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

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https://www.osul.com.br/presidente-da-argentina-se-despede-do-cargo-com-pais-em-crise-economica/ O presidente da Argentina, Mauricio Macri, se despediu do cargo com o país em crise econômica 2019-12-07
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