Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de maio de 2015
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesse sábado, por meio de sua conta pessoal no Twitter, que é “bobagem” a imprensa querer “jogá-lo” em intriga contra o Senado. A mensagem não se refere a nenhum veículo de comunicação específico, segundo a assessoria do parlamentar.
No início da tarde, o peemedebista publicou diversas mensagens no microblog para rebater e criticar notícias veiculadas sobre ele pela imprensa nos últimos dias. “É bobagem querer me jogar [em] intriga contra [o] Senado. Sei bem o meu papel e faço apenas aquilo que me cabe”, escreveu Cunha.
Divergências
Nos últimos meses, Cunha e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), têm manifestado publicamente posições divergentes sobre projetos em votação no Congresso e sobre o papel do PMDB no governo da presidenta Dilma Rousseff. No dia 30 de abril, por exemplo, Calheiros disse a jornalistas que o partido não pode se transformar em um “coordenador de RH [Recursos Humanos]” do Palácio do Planalto, “distribuindo cargos e posições” no Executivo federal. Dois dias depois, Cunha respondeu publicamente, dizendo que o colega de deveria discutir problemas da legenda internamente.
Os dois também manifestaram divergências publicamente sobre o projeto de lei aprovado na Câmara que regulamenta a terceirização. Eduardo Cunha chegou a afirmar que, se o projeto da terceirização aprovado pelos deputados demorar a ser votado pelo Senado, propostas aprovadas pelos senadores passarão a ter “o mesmo tratamento” quando chegarem à Câmara Federal. “Pau que dá em Chico dá em Francisco”, disse, em abril.
Calheiros criticou a “pressa” na votação do projeto que regulamenta a terceirização nas empresas. Ele afirmou que, no Senado, o projeto será submetido a uma “discussão criteriosa”.
Esses desentendimentos motivaram o vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, a dar declarações para tentar amenizar os problemas entre os parlamentares. Para Temer, a divergência entre os presidentes da Câmara e do Senado não é de cunho pessoal e será resolvida com diálogo. “Primeiro, não é um desentendimento pessoal. Em segundo lugar, o Legislativo é um lugar de conflitos em variadas matérias”, afirmou o vice-presidente.
Terceirização
Sobre o tema da terceirização, Temer confirmou que há “uma certa divergência” entre a posição dos presidentes da Câmara e do Senado. “Isso se decide pela votação. Quando chegar ao Senado, todos vão dialogar, conversar, e tenho certeza que presidente Renan e presidente Eduardo vão se entender”, disse o peemedebista.
Partido de opiniões
Questionado sobre se a divergência entre as chefias das duas Casas causa mal-estar dentro do partido, Temer respondeu que o PMDB sempre foi um partido de muitas opiniões. “Nós sempre cuidamos exatamente de juntar essas opiniões. É o que estamos fazendo e é o que eles farão”, explicou.
Campeão
Durante audiência em comissão sobre a reforma política, no dia 28 de abril, na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), Temer afirmou que seu partido é “o campeão” em divergências internas. A declaração foi dada após ele defender que a redução do número de partidos facilitaria a governabilidade no Brasil.
O vice-presidente argumentou que, mesmo dentro dos partidos, há divergências. “Quem sabe, nesta reforma ainda, se consegue meios e modos capazes de, de forma natural, sem nenhuma obrigatoriedade, reduzir o número de partidos no nosso País”, disse Temer. (AG)