Domingo, 28 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de outubro de 2015
O isolamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), diante do agravamento das denúncias contra ele nos últimos dias já produz reflexos no Conselho de Ética, que deverá analisar seu processo por quebra de decoro parlamentar. Aliados calculam que, em menos de 24 horas, ele perdeu cerca de metade dos votos que tinha no colegiado e agora terá de apostar em manobras regimentais para evitar a perda do mandato e, consequentemente, do foro privilegiado.
O caso de Cunha chegou ao Conselho de Ética graças a uma representação feita pelo PSOL e pela Rede com base em acusações da PGR (Procuradoria-Geral da República) de que ele manteria contas secretas na Suíça. Cabe ao colegiado aprovar parecer indicando a cassação ou a manutenção do mandato, após uma investigação. O julgamento sobre o destino político do parlamentar é tarefa do plenário.
Aliados do peemedebista contabilizavam de 11 a 14 votos a favor de Cunha entre os 21 titulares do conselho – o presidente vota, mas só em caso de empate. No dia 16 deste mês, após a divulgação dos documentos que reforçam que o presidente da Câmara possui contas na Suíça, o cálculo girava em torno de cinco apoios. Foram colocados em dúvida votos de PP, PSD e PR, antes considerados favoráveis. Os votos dos deputados do DEM (1), PSDB (2) e PPS (1) permanecem uma incógnita.
O Conselho de Ética não permite troca de seus 21 membros, a não ser em situação de renúncia ou morte. Em caso de ausência, o titular é substituído por um suplente do mesmo partido. Faltam ser preenchidas duas vagas de suplência no bloco do PT e duas no do PSDB.
Além disso, a perspectiva de judicialização de movimentos de Cunha a favor do impeachment da presidenta Dilma esvaziou qualquer aproximação do PT e de aliados do governo com o peemedebista para salvá-lo. (AE)