Terça-feira, 14 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 18 de outubro de 2015
O governo teme que a turbulência política que toma conta da Câmara dos Deputados chegue ao Senado devido à citação do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) na delação premiada do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano. O parlamentar foi apontado como beneficiário de propina em contratos da Petrobras. O político negou a acusação.
Membros da base aliada ressaltaram que, diferentemente do caso do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ainda não apareceram documentos para sustentar as acusações de Baiano. O delator afirmou que Calheiros, os senadores Jader Barbalho (PMDB-PA) e Delcídio Amaral (PT-MS), além do ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau receberam dinheiro desviado da contratação pela Petrobras de um navio-sonda.
Os pagamentos teriam sido feitos pelo operador Jorge Luz. Baiano assegurou que os quatro dividiram 6 milhões de dólares, mas todos negam envolvimento. Barbalho anunciou ontem que apresentará requerimento, convocando o delator para depor no Senado.
Assim como liderou, junto com o PSOL, o movimento na Câmara pelo pedido de cassação de Cunha, a Rede Sustentabilidade solicitará ao Conselho de Ética do Senado a apuração das denúncias de Baiano, na Operação Lava-Jato, envolvendo
Calheiros, Amaral e Barbalho.
O primeiro passo será requerer à PGR (Procuradoria-Geral da República) cópia do depoimento de Baiano e mais subsídios da delação na qual ele disse ter pago propina de 2006 a 2008 a Calheiros e Amaral. (AG)