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Por Redação O Sul | 29 de julho de 2017
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse nesta sexta-feira (28) que não reconhecerá o resultado da eleição da Assembleia Constituinte na Venezuela, agendada para este domingo (30). O objetivo do pleito é aprovar pontos da Carta Magna do país.
Santos afirmou que a Constituinte tem “origem ilegítima” e, por esse motivo, ela não será reconhecida por seu país.
Ele também disse que continuará buscando uma solução pacífica para a Venezuela após cerca de quatro meses de tensão política e protestos que deixaram mais de uma centena de pessoas mortas, afirmou.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, é conhecido por disparar provocações contra Santos, afirmando que ele é “escravo das normas internacionais do imperialismo”.
Sanções
O ministro das Finanças da Colômbia afirmou mais cedo na sexta-feira a uma estação de rádio local que seu país iria impor as mesmas sanções contra 13 atuais e ex-funcionários do governo da Venezuela anunciadas pelo governo dos Estados Unidos este semana.
Entre os alvos das sanções estão o ministro da Educação, Elías Jaua, e a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena. Os EUA também ameaçaram impor sanções àqueles que se unirem à Assembleia Constituinte.
Repressão a protestos
Nesta quinta, Maduro proibiu em todo o país manifestações que atrapalhem a eleição, mas a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) pediu que os protestos prossigam até domingo, dia da votação. O governo ameaçou com prisão de cinco a 10 anos quem boicotar a ordem, medida rejeitada pela Anistia Internacional.
Opositores ao governo de Nicolás Maduro bloquearam as principais ruas de Caracas na sexta-feira, dois dias antes da eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, convocada pelo presidente.
A recente onda de protestos deixou mais de 100 mortos na Venezuela. A Constituinte aumentou a tensão em um país polarizado e mergulhado – apesar de sua riqueza petroleira – em uma profunda crise, com uma inflação absurda e grave escassez de alimentos e remédios.
Maduro, cuja gestão é rejeitada por 80% da população, segundo o Datanálisis, assegura que a Constituinte garantirá a paz e a recuperação econômica.
Ele acusa seus adversários de tentar fazer um golpe de Estado com o apoio dos estados Unidos e que governo vizinhos da América Latina e da Europa estão sendo submissos ao “império”.
ONU fez apelo
O governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deve permitir protestos pacíficos e a liberdade de expressão, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira (28), fazendo um apelo por calma antes da eleição de domingo (30) convocada pelo governo para formação de uma Assembleia Constituinte.
“Os desejos do povo venezuelano de participar ou não desta eleição devem ser respeitados. Ninguém deveria ser obrigado a votar e aqueles que voluntariamente participarem deveria poder fazê-lo de forma livre”, disse a porta-voz de direitos humanos da ONU, Liz Throssell, segundo a Reuters.
“Esperamos que a votação prevista para domingo, se realizada, ocorra de forma pacífica e com pleno respeito aos direitos humanos”, acrescentou Throssell. (AG)