Terça-feira, 11 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 31 de julho de 2015
Presidente da CPI da Câmara que investiga irregularidades na Petrobras, o deputado Hugo Motta (PMDB-PB) indicou que a apuração não deve envolver o setor elétrico – alvo mais recente da Lava-Jato e que pode comprometer o PMDB.
“Temos que seguir aquilo que está no escopo de requerimento de criação da CPI”, disse Motta nessa quinta-feira, após reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos investigados pela Lava-Jato. O deputado disse que ainda estudava o tema junto com a equipe técnica da CPI. “O nosso campo de investigação são apenas em casos inerentes à Petrobras. Então temos que saber a possibilidade de adentrar em outra área ou não”, afirmou o peemedebista.
Motta citou como exemplo a polêmica no começo da CPI da Petrobras para saber se as investigações se estenderiam a fatos ocorridos antes de 2005 – ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo assim, a comissão restringe-se ao período de 2005 a 2015.
Nesta semana, foi deflagrada mais uma fase da Lava-Jato. Foi a primeira investida contra um núcleo de corrupção na Eletrobras, com desvios milionários de recursos públicos e pagamentos de propinas, segundo o MPF (Ministério Público Federal). Delatores afirmam que o PMDB teria se beneficiado no suposto esquema.
Logo após anunciar o rompimento com o Palácio do Planalto, Cunha autorizou a criação de quatro CPIs. Duas desagradam o governo: a que vai investigar irregularidades em contratos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a do setor de fundos de pensão. O presidente da Câmara negou a instalação de uma comissão para investigar empresas do segmento elétrico. Argumentou que o pedido não estava adequado, pois a área a ser apurada não estava corretamente determinada.
Motta também confirmou para a próxima semana a presença do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef à CPI para uma acareação – cujo objetivo é confrontar versões distintas nos depoimentos dos delatores. Após o fim do recesso parlamentar, o governo terá ainda que barrar os requerimentos para que os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social) sejam convocados por terem sido citados nas investigações da Lava-Jato.