Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 17 de abril de 2023
O presidente do Barcelona, Joan Laporta, disse nesta segunda-feira (17) que todos os pagamentos feitos pelo clube de futebol a uma empresa pertencente a uma alta autoridade de arbitragem foram referentes a assuntos consultivos e não para obter qualquer vantagem esportiva ilegal.
Laporta afirmou que uma investigação interna conduzida pelo clube não mostrou nenhuma irregularidade e disse que o caso foi uma campanha orquestrada para desacreditar o Barcelona.
Ele acusou o presidente da LaLiga, Javier Tebas, de “tentar prejudicar a reputação do Barcelona”.
Ele também atacou o rival Real Madrid, que se juntou ao processo da promotoria contra o Barcelona, dizendo que o Real sempre foi historicamente favorecido pela arbitragem.
No mês passado, promotores espanhóis apresentaram uma queixa contra o Barcelona por pagamentos de 7,3 milhões de euros de 2001 a 2018 a empresas de propriedade de José Maria Enríquez Negreira.
Negreira foi vice-presidente do comitê de arbitragem da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) de 1993 a 2018.
Um tribunal de Barcelona concordou em aceitar o caso. A Uefa também abriu uma investigação formal por possível violação da estrutura legal do órgão regulador do futebol europeu sobre o caso Negreira.
Laporta disse em entrevista coletiva que o Barcelona, em suas negociações com Negreira, procurou aconselhamento técnico de “alguém que teve uma carreira no futebol”.
“O aconselhamento não constitui qualquer tipo de má conduta ou crime”, declarou ele.
O caso
Barcelona e Espanyol se enfrentaram na final da Supercopa da Espanha, em 2006. Além do fascínio proporcionado pela lendária equipe na qual Messi começava a despontar, uma polêmica marcou aquele jogo. Na época, parecia algo menor, a ser tragado pela inquestionável atuação do Barcelona. Quase 17 anos depois, no entanto, partidas como aquela, vencida por 3 a 0 pelo Barcelona, ressurgiram na memória da opinião pública com uma ponta de dúvida que pode manchar toda a época sublime do time catalão.
Na ocasião, o Espanyol exigiu que o jogo fosse impugnado, alegando que o Barcelona escalou dois jogadores de forma irregular: Xavi e Puyol, desconvocados da seleção com o argumento de que estavam contundidos. Pela lei da Fifa vigente, afirmou a diretoria do Espanyol, o Barcelona teria de esperar cinco dias após a partida da Espanha para utilizar os jogadores. A reclamação do Espanyol foi rejeitada pela RFEF (Real Federação Espanhola de Futebol).
Iniciada em maio de 2022, uma investigação do Ministério Público espanhol, divulgada no início deste ano, apontou que o Barcelona, entre 2001 e 2018, pagou 7,3 milhões de euros para a empresa Danisl 95, do ex-árbitro e vice-presidente do CTA (Comitê Técnico de Árbitros), da própria Real Federação Espanhola, José Maria Enríquez Negreira, de 77 anos, alegando estar pagando por serviços de consultoria.
Mas a partir das investigações, uma série de jogos como o da final da Supercopa de 2006, segundo os denunciantes, possivelmente foi influenciada por essa relação do clube com um alto funcionário que comandava as decisões relativas à arbitragem local. O que se fala na Espanha é armação de resultados.
“É uma denúncia grave e preocupante contra um dos maiores clubes do mundo, que fez história por jogar bonito e ganhar competições. Estão investigando se todos os milhões recebidos por esse senhor, durante anos, pelo Barcelona, não interferiram nos resultados de campo. Em relação à contratação de uma pessoa ligada à arbitragem para prestar algum tipo de serviço para um clube, o caso do Barcelona é único, até agora. A Espanha e a Europa veem com muita preocupação essa denúncia”, afirma o italiano Luca Caioli, correspondente em Madrid, da Sky Tg24. As informações são da agência de notícias Reuters e do jornal O Estado de S. Paulo.