Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de setembro de 2015
O presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Murilo Ferreira, comunicou nesta segunda-feira (14) pedido de licença do colegiado até 30 de novembro de 2015, segundo comunicado da estatal. A Petrobras não deu detalhes sobre o motivo do afastamento. Ferreira também ocupa o posto de presidente-executivo da mineradora Vale.
A assessoria da Vale confirmou o pedido e disse apenas que a decisão foi tomada por “razões pessoais”, sem maiores detalhes. Ferreira foi eleito para a presidência do Conselho da Petrobras no dia 29 de abril, em uma estratégia do governo para profissionalizar a gestão da estatal – antes, o colegiado era presidido pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
Na assembleia que elegeu o novo conselho, houve críticas de entidades sindicais com relação ao fato de Ferreira presidir uma empresa que é cliente e parceira da Petrobras em alguns empreendimentos. O presidente da Vale alegou que não havia conflito de interesses. O pedido de licença ocorre em meio ao agravamento da crise da petroleira devido à perda do grau de investimento que havia sido concedido pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s. A Petrobras já havia perdido o grau de investimento da agência Moody’s.
Sem o selo de bom pagador das duas agências, a empresa tem ampliada a sua dificuldade em conseguir empréstimos, para os quais passam a ser cobrados juros mais altos. Oficialmente, a empresa diz que com captações recentes sanou sua necessidade de recursos em 2015 e 2016.
Extraoficialmente admite, no entanto, que pode ter que voltar ao mercado em meados de 2016 para compensar os efeitos da alta do câmbio e da queda do preço do petróleo em seu caixa. As incertezas sobre o futuro do governo Dilma levaram o dólar a subir 25% desde o fim de junho.