Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 7 de maio de 2025
O presidente nacional PSD, Gilberto Kassab, voltou nessa quarta-feira (7) a fazer prognósticos para 2026 que colocam na sua lista de prioridades estar ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou lançar candidato próprio à Presidência da República.
Apesar de ter três ministérios no governo Lula (PT), Kassab sinaliza não considerar provável subir no palanque do petista —e afirma não ver contradição nessa situação.
“Não há antagonismo nenhum, pelo contrário, mostra um partido sadio, um partido com bons quadros, com pessoas respeitadas e que têm sinergia com a sociedade”, disse o dirigente na Câmara dos Deputados, onde participou da solenidade de filiação do deputado Luciano Amaral (AL) ao partido.
“Portanto é uma contribuição de um partido como o PSD para o nosso país, para a nossa democracia poder apresentar uma, duas ou três candidaturas que, a gente sabe, têm valor e são reconhecidos pela sociedade como pessoas do bem, como pessoas que sabem fazer gestão, sabem fazer a boa política.”
Kassab, que é secretário de Governo do Estado de São Paulo, voltou a citar que estará ao lado de Tarcísio, seja qual for a decisão do governador, a de tentar a reeleição ou a de enfrentar a possível tentativa de Lula de obter um quarto mandato.
Questionado sobre se a tendência do PSD é não estar ao lado de Lula, respondeu que ainda é cedo para definições, mas voltou a sublinhar ser mais provável candidatura própria.
“Dizer não estar ao lado do governo seria algo muito forte, até porque dentro do partido temos aliados do governo. A tendência de qualquer grande partido é sempre haver um esforço para que tenhamos candidatos próprios”, disse, citando o governador do Paraná, Ratinho Júnior, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, na hipótese de esse deixar o PSDB e se filiar ao PSD.
Kassab também falou sobre a sua avaliação de que Lula, mesmo desgastado, pode ser um candidato difícil de bater em 2026.
“O que eu disse é que o presidente Lula tem muita experiência, terceiro mandato, é uma pessoa que está no exercício da Presidência, sempre é um presidente forte. Mas governo é governo e sempre tem que enfrentar seus desgastes e os desgastes podem gerar uma expectativa baixa de reeleição.”
O PSD controla os ministérios da Pesca, Minas e Energia e Agricultura. Embora não tenha participado da chapa de Lula em 2022, aderiu ao petista ainda no governo de transição.
Assim como os outros quatro partidos que formam a aliança de centro e de direita de Lula —União Brasil, PP, Republicanos e MDB—, a sigla abriga importante foco dissidente.
Apesar dos sucessivos episódios de instabilidade, Lula não tem força para bater de frente com essas legendas, já que a esquerda controla apenas cerca de um quarto das cadeiras da Câmara e do Senado.
Juntos, os cinco partidos têm 11 ministérios, mas flertam abertamente com candidaturas concorrentes ou com o bolsonarismo para 2026. O nome de Tarcísio, como manifesta Kassab abertamente, tem por ora força para atrair a maior parte dessas forçar políticas.
O governador de São Paulo, porém, não anunciou ainda se pretende disputar a reeleição ou o Palácio do Planalto. Tem, mais do que isso, o obstáculo de aguardar a definição de Jair Bolsonaro, de quem foi ministro e por meio do qual conquistou o governo de São Paulo.
Bolsonaro está inelegível devido a condenações na Justiça Eleitoral e enfrenta o processo penal da trama golpista. Até agora, porém, mantém publicamente o discurso de que pretende reverter essa situação e se candidatar em 2026.
Caso não consiga, ele pode optar ainda por apoiar outros nomes que não o de Tarcísio, como os filhos Eduardo e Flávio Bolsonaro. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.