Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de julho de 2015
O presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Aroldo Cedraz, se prepara para usar um dos imóveis comprados pelo filho, o advogado Tiago Cedraz, alvo de operação da Polícia Federal que apura suspeitas de tráfico de influência na corte. O ministro faz uma reforma em apartamento da Asa Sul, em Brasília (DF), adquirido por 2,7 milhões de reais pela Cedraz Administradora de Bens Próprios. A empresa foi aberta por Tiago em sociedade com a sua mãe e mulher do ministro, Eliana Leite Oliveira.
A obra no imóvel de 250 metros quadrados, assinada por um dos escritórios de arquitetura mais renomados da capital federal, está em fase final. Há bancadas, pintura feita e ar-condicionado. A montagem dos móveis está a cargo de uma requintada loja, cujo projeto tem como cliente “Aroldo Cedraz”.
Um dos responsáveis pela encomenda diz que serviço semelhante custaria de 250 mil reais a 300 mil reais. Há itens de marcenaria previstos para três suítes, três banheiros, escritório. Na sala, haverá móvel para adega, home-theater e cristaleiras. O piso será de mármore travertino, material de origem europeia cujo metro quadrado, conforme a configuração, varia de 450 reais a 650 reais.
Fortuna
No mesmo prédio, já moram o filho, Tiago, e a nora em apartamento com as mesmas dimensões, negociado por 2,9 milhões de reais, parte financiada pelo Banco do Brasil. Em pouco mais de nove anos de carreira, o advogado, de 33 anos, fez fortuna com uma banca que atua no TCU.
Levantamento de técnicos do TCU mostra que advogados que integram ou já integraram o escritório de Tiago, construído em uma casa de alto padrão, têm procuração em ao menos 130 processos. Ministros da corte, incomodados com o escândalo, cobram do TCU a lista para “monitorar os casos”.
No tribunal desde 2007, Aroldo Cedraz recebeu 18,1 mil reais líquidos pelo último contracheque. Veterinário e ex-deputado do extinto PFL (hoje DEM), declarou bens de 1 milhão de reais na sua última eleição, em 2006.
Questionado sobre os projetos de mudança, fontes de renda e os recursos que custeiam a reforma, Aroldo Cedraz não respondeu. Em nota, ao se referir ao apartamento em nome da empresa do filho e da mulher, disse: “Sobre imóveis de terceiros, recomendamos contato com o proprietário para obter as informações solicitadas”.