Domingo, 28 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 30 de novembro de 2015
Há seis meses, o fiscal de pedágio Fabián Valentino recebeu Mauricio Macri em sua casa de classe média em Luján, Região Metropolitana de Buenos Aires (Argentina). O ato era parte da campanha para aproximar o candidato conservador do eleitor de centro, avesso ao radicalismo associado a Cristina Kirchner. Outra meta era distanciá-lo da imagem de herdeiro milionário que governaria para os ricos e acabaria com programas sociais.
Aliados asseguram que a campanha tentava refletir uma mudança real. O político teria amenizado sua visão durante os oito anos como prefeito de Buenos Aires e aceito o Estado como protetor em alguns casos.
Macri deu exemplos de como pretende manter próximos os inimigos internos, que ainda têm maioria no Senado e na Câmara. O principal foi manter um ministro de sua antecessora no cargo. Lino Barañao fica na Ciência e Tecnologia, depois de pedir permissão a Cristina.
Sua equipe também pareceu orientada a evitar polêmicas. A maior foi o anúncio da troca do nome do Centro Cultural Néstor Kirchner. Foram gastos 1,2 bilhão de reais em reforma do prédio, construção de auditórios e ambientes interativos de propaganda kirchnerista.
Usando a publicidade que ganhou em uma eleição em que só se tornou favorito no segundo turno, pressionou vizinhos a se manifestar sobre a Venezuela. Na terça-feira, disse esperar que o Brasil mudasse sobre Caracas. Na sexta-feira, dois dias após a morte de um dirigente opositor em um comício, o Itamaraty pediu punição.