Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 19 de março de 2017
Em uma reunião de emergência, o presidente da República, Michel Temer, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e representantes do setor agropecuário vão debater neste domingo (19), no Palácio do Planalto, medidas para enfrentar a crise da carne, gerada pelas revelações da Operação Carne Fraca.
Entre os convocados para a audiência no Palácio do Planalto, estão os presidentes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Carmadelli; da Associação Brasileira da Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra; e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), João Martins.
De acordo com o Ministério da Agricultura, o objetivo da reunião, que acontecerá no período da tarde, é elaborar ações para trazer “maior segurança” aos consumidores nos mercados interno e externo e, também, avaliar a extensão dos problemas denunciados no âmbito da Carne Fraca.
Depois do encontro, Temer e o ministro da Agricultura podem receber representantes da União Europeia para discutir o tema. Nesta segunda-feira (20), outro encontro está agendado: uma reunião, também no Palácio do Planalto, com embaixadores de países importadores da carne brasileira.
Segundo o Ministério da Agricultura, o Brasil exporta carnes para cerca de 160 países.
O governo brasileiro está receoso com a possibilidade de fechamentos de mercados após a revelação das irregularidades. Vários importadores da carne brasileira já cobraram explicações sobre as descobertas da Operação Carne Fraca.
A operação
Deflagrada nesta sexta-feira (17) pela Polícia Federal, a Carne Fraca investiga fraudes em carnes produzidas por 21 frigoríficos, vendidas no Brasil e no exterior. A operação atingiu algumas das principais empresas do setor, como a BRF, que controla a Sadia e a Perdigão, e a JBS, responsável pelas marcas Friboi e Seara. Os grupos garantem a qualidade de seus produtos.
Segundo a Polícia Federal, fiscais do Ministério da Agricultura recebiam propina para liberar licenças sem realizar a fiscalização adequada nos frigoríficos. A investigação indica que eram utilizadas substâncias químicas para maquiar carne vencida, e que água era injetada nos produtos para aumentar o peso. (AG)