Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de janeiro de 2020
Nessa terça-feira, entregou-se à Polícia Civil o homem de 24 anos apontado como autor dos tiros que mataram no domingo três pessoas de uma mesma família após um incidente de trânsito na Estrada do Varejão, no bairro Lami, Zona Sul de Porto Alegre. Identificado extraoficialmente como Dionatha Bitencourt Vidaletti, ele alegou legítima defesa.
Os detalhes foram divulgados pela DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa) no final da tarde. Em um primeiro depoimento, Dionatha disse ter sido agredido pelo casal, que acabou assassinado junto com o filho. Também declarou que as vítimas tinham uma arma, com a qual ele e a mãe – que o acompanhava na ocasião – teriam sofrido coronhadas.
Para supostamente parar com as agressões, a mãe dele teria disparado para o chão e, mesmo assim, continuou a ser golpeada. Ainda de acordo com essa versão, Dionatha teria conseguiu pegar a arma do motorista e então atirou contra os três. A arma teria sido jogada fora na mesma região onde o triplo homicídio foi cometido.
As vítimas são Rafael Zanetti Silva, 46 anos, Fabiana da Silveira Innocente Silva, 44, que morreram na hora, e Gabriel da Silveira Innocente Silva, 20 anos, que chegou a ser encaminhado ao HPS (Hospital de Pronto Socorro) mas não resistiu. Os corpos foram sepultados nessa terça, no cemitério Jardim da Paz.
O incidente
Já a namorada de Gabriel – uma jovem de 20 anos – e o irmão mais novo dele – um menino de 8 anos – não foram atingidos pelos disparos. O incidente ocorreu depois que o carro conduzido por Rafael após uma festa de aniversário colidiu em uma caminhonete estacionada na Estrada do Varejão.
Segundo ela, em determinado ponto do percurso o veículo saiu levemente da estrada, que é de chão, e acabou raspando a lataria de um outro carro. Supostamente por se tratar de um lugar ermo, Rafael teria optado por seguir em frente, mas logo depois foi interceptado pelo dono do veículo atingido, que desceu exigindo explicações – sua mãe, sentada no banco do carona, teria tentado acalmá-lo, em vão.
Após uma breve e acirrada troca de palavras, o suspeito sacou uma pistola e cometeu o tripo homicídio, fugindo de carro logo em seguida. “O meu sogro chegou a se oferecer para consertar o carro danificado”, contou a testemunha. “Desesperada, minha sogra avisou que estava ligando para o 190 [telefone da Brigada Militar], porque havia uma criança no carro, e talvez isso tenha deixado o cara ainda mais irritado. Foram vários tiros.”
Investigação
No dia seguinte ao crime, a Polícia Civil havia conseguido localizar a casa do autor dos disparos, junto a um minimercado também de propriedade da família. Além do veículo envolvido no acidente, no local havia uma pistola calibre 380, um revólver 38, carregadores e munição.
O revólver não tem registro e a pistola está registrada em nome da mãe do suspeito, que também presenciou o crime e também permanece sem paradeiro conhecido pelas autoridades. Apesar desse pequeno arsenal, já se sabe que o triplo homicida não possui porte de arma e serviu ao Exército em 2017.
Informações extraoficiais indicam que a pistola utilizada no crime, porém, era de calibre 9 milímetros, antes proibido mas que acabou liberado no País após um decreto do presidente Jair Bolsonaro.
(Marcello Campos)