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Brasil Pressionado por diversos setores, o governo de Michel Temer se sentiu aliviado com a demissão de Pedro Parente do comando da Petrobras

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Dirigente vinha sofrendo processo de "fritura" interna. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Fragilizado pela greve dos caminhoneiros deflagrada no dia 21 de maio e pressionado até mesmo por sua própria base de apoio, o governo de Michel Temer mantinha em curso desde a semana passada um movimento de “fritura” do presidente da Petrobras, Pedro Parente.

Os aliados do governo queriam, de forma imediata, a saída do executivo do cargo, ao passo que o emedebista encontrou dificuldade para realizar a mudança no comando da estatal. O Palácio do Planalto temia, principalmente, uma forte reação por parte do mercado.

Até que, na manhã dessa sexta-feira, Parente enfim apresentou a sua carta demissão, em caráter irrevogável, exatamente dois anos após assumir a função.

Nos últimos dias, a ordem velada teria partido do primeiro escalão do governo: disseminar críticas ao que se chamou de “falta de sensibilidade” do executivo da Petrobras em insistir na política de preços da companhia.

Pressionado pelos sindicatos de petroleiros com uma greve de 72 horas e criticado abertamente também pela oposição (até o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, chegou a pedir a mudança na cúpula da empresa), Pedro Parente não recebeu a solidariedade esperada de Temer.

Pelo contrário: o presidente deu sinais contraditórios em relação à política de preços da estatal – se publicamente mantinha o discurso de que tudo estava sob controle e no caminho certo, nos bastidores concordava com as críticas de que era preciso mudar a política de preços da estatal.

De um aliado próximo, Temer ouviu o seguinte conselho: “Ou você tira Pedro Parente ou você terá muita dificuldade para terminar o seu governo”.

Com o pedido de demissão de Parente, Temer, a semana terminou da pior forma possível depois da crise instalada com a greve dos caminhoneiros.

Executivo que conseguiu recuperar a lucratividade da estatal depois de anos de prejuízos sucessivos, Parente também recebia a pressão externa dos grevistas e dos petroleiros.
Resultado: as ações da empresa despencaram.

Apesar da reação desastrosa do mercado, o clima no Palácio do Planalto era de alívio com a queda de Parente. A percepção é de que sua saída deve funcionar como uma espécie de válvula de escape para diminuir a pressão externa sobre Temer.

Ou seja: neste momento, a única preocupação do Planalto é de tentar sobreviver até dezembro, independentemente da herança que deixará para o próximo chefe do Planalto.

Problemas

Pedro Parente vinha amadurecendo a ideia de pedir demissão desde quando anunciou, em uma entrevista coletiva, que a Petrobras daria a sua contribuição para a greve dos caminhoneiros com a redução do diesel em 10%.

A avaliação do então presidente da Petrobras era a de que a questão do diesel poderia estar se resolvendo, mas que outros temas – como o da gasolina – ainda estariam na pauta do País. E ele não queria ser “parte do problema”.

Por isso, na conversa com Temer, ele disse que queria deixar o governo à vontade para solucionar a questão da política de preços. Apesar de o Planalto negar interferência política na Petrobras, fontes de Brasília afirmam que a pressão política pela saída de Parente se intensificaria se ele não tomasse a dianteira em “pedir o boné”.

Um exemplo é o ministro Moreira Franco (Minas e Energia), um dos auxiliares mais próximos de Temer. Ele pressionou Parente durante os dias da greve dos caminhoneiros, queixando-se da política de preços de todos os combustíveis.

O titular da pasta chegou a admitir, no Congresso Nacional, mudanças na política de preços. No mesmo dia, Temer concedeu uma entrevista à imprensa, com o mesmo teor. Para fontes da Petrobras, aquelas declarações foram interpretadas como um recado do governo ao agora ex-presidente da estatal.

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