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Economia Pressionados pela expansão das fintechs, os bancos contra-atacam

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Grandes bancos aceleram a estratégia de seus braços digitais para não ficar comendo poeira. (Foto: Reprodução)

Pressionados pela expansão das fintechs, como são chamadas as start-ups financeiras, grandes bancos aceleram a estratégia de seus braços digitais para não ficar comendo poeira.

Com as restrições da pandemia, o uso dos canais na internet, principalmente via celular, explodiu e chegou a 98% das operações em algumas instituições, que passaram a usar as mesmas armas de bancos digitais para atrair clientes que não querem saber de agência: conta gratuita, cartão de crédito sem anuidade e até descontos em compras.

Nos balanços dos maiores bancos do país relativos aos três primeiros meses do ano, chamou a atenção o crescimento exponencial de seus “filhotes digitais”.

No banco digital Next, criado pelo Bradesco em 2017, o número de contas saltou de 2,3 milhões para 4,4 milhões em apenas um ano.

No Itaú, o banco digital iti, lançado em 2019, alcançou 6 milhões de contas abertas em abril, metade disso conquistada só este ano. E quer chegar a 15 milhões em dezembro.

No Itaú, o total de clientes que utilizam os canais digitais do banco chega a 27,9 milhões. No Bradesco, são 21,9 milhões. Mas o que se destaca nos números do iti e do Next é o fato de cerca de 80% dos clientes 100% digitais não serem correntistas das operações tradicionais dos dois bancos.

Os bancos tradicionais estão de fato disputando o público-alvo das fintechs, particularmente os jovens, muitas vezes ainda sem acesso a serviços bancários. Também miram outros nichos, como o de idosos que não tinham confiança para aderir a plataformas digitais.

Os especialistas estimam que já existam 60 milhões de contas ativas em bancos digitais, sem contar as abertas na Caixa para o auxílio emergencial, mas o potencial de expansão ainda parece grande.

“Bancos tradicionais são cautelosos em fazer mudanças que precisam de investimento, já que têm custo fixo alto com a manutenção de agências. Mas a demanda pela digitalização cresceu e eles foram obrigados a seguir essa tendência, que já vinha crescendo”, diz João Frota, estrategista da Senso Corretora e especialista em sistema financeiro.

Sem uma agência sequer, as transações no Next somaram 267 milhões em março, alta de 244% em um ano.

O presidente do banco digital do Bradesco, Renato Ejnisman, que assumiu o posto em março, disse que não será surpresa se a meta de alcançar 7 milhões de clientes até o fim do ano for superada: “Já havia demanda por uma experiência digital, e a pandemia acelerou isso. Pelo menos 80% dos nossos clientes não têm conta no Bradesco e temos buscado certos nichos de clientes, como contas gratuitas para filhos adolescentes, além dos gamers, que ganham descontos em produtos ligados a esse universo”.

Assim como varejistas avançam no setor financeiro, o Next faz o caminho inverso. Além de crédito, investimentos e seguros, tem o ShopFácil, uma plataforma de e-commerce que vende de produtos de beleza a roupas, e se prepara para lançar um marketplace.

Maratona até o lucro

Aumentar a base de clientes só com contas gratuitas não dá lucro, observa Luis Miguel Santacreu, especialista em bancos da Austin Rating, agência de classificação de risco.

Fintechs e bancos digitais têm o desafio de oferecer crédito, seguros, investimentos e outros serviços financeiros. E, nesse sentido, os “bancões” levam vantagem. Têm caixa para criar e comprar fintechs, trazendo mais produtos e canais de acesso à sua operação.

“É preciso ter produtos financeiros que rentabilizem. Por isso, nessa maratona digital, muitas fintechs precisam de injeção de capital para não desaparecer”, diz Santacreu.

O Santander também tem conta digital gratuita, mas não criou uma unidade autônoma para a operação on-line. Preferiu acoplar uma espécie de “ecossistema digital” às operações do banco.

São onze fintechs, compradas no mercado ou incubadas no banco, que oferecem itens como financiamento de veículos, maquininhas de crédito e débito, investimentos e até crédito direto ao consumidor para viagens, tudo por canais virtuais. São 16,6 milhões de clientes digitais.

“São empresas independentes, que atendem nichos com produtos específicos, mas que em tese são concorrentes do banco”, diz Geraldo Rodrigues, diretor de Negócios Digitais do Santander.

O registro de que os brasileiros já fizeram 1 trilhão de transações através do Pix, o sistema de pagamentos instantâneo do Banco Central, superando as transferências via TED e DOC juntas, é um dos sinais de que o brasileiro está aberto à tecnologia nas finanças.

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https://www.osul.com.br/pressionados-pela-expansao-das-fintechs-os-bancos-contra-atacam/ Pressionados pela expansão das fintechs, os bancos contra-atacam 2021-05-16
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