Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de agosto de 2020
"Era muito mais eu dizendo 'parem de falar de mim' do que eu realmente querendo ser magra", disse a cantora
Foto: Instagram/pretagilPreta Gil conversou com Thais Fersoza sobre as questões que teve que lidar desde o começo da carreira, como racismo, homofobia e gordofobia. No vídeo, publicado nesta quarta-feira (05), a cantora desabafou sobre o período em que tomou remédios para emagrecer e fez lipo.
“As opressões na vida de uma mulher negra; de uma mulher negra e gorda; de uma mulher negra, gorda e bissexual… elas são terríveis! Vão se colocando como camadas que vão se sobrepondo, e você tem que ir lidando com essas opressões. E eu fui sempre guerreando. Óbvio que tive meus momentos de vulnerabilidade e fraqueza”, começa.
“Em um momento da minha vida, por exemplo, não lidei bem com a opressão em relação ao meu corpo. A gordofobia foi algo me assustou muito no primeiro momento, tanto é que eu tentei ser magra durante muito tempo. Sempre me reconheci como mulher negra, sou bissexual, e isso pra mim é de uma naturalidade absurda, mas o meu corpo nunca tinha sido algo que eu pensasse ou tivesse um relacionamento esquisito. Sempre tive um relacionamento muito livre com o meu corpo”, afirma.
“No primeiro momento, quando me lancei como cantora e veio essa enxurrada de preconceito, fiquei muito assustada. Falei ‘por que as pessoas estão me julgando pelo meu corpo? Por que não estão falando do meu disco ou da minha voz?’. Mesmo indo pra frente, fui comprando uns grilos e, sem perceber, levando para a minha mente todos esses preconceitos. Quando vi, estava fazendo lipoaspiração e tomando remédios para emagrecer”, relembra.
“Na terapia, depois de muito tempo, a gente entendeu que essa minha busca pela magreza e querer me encaixar nos padrões que as pessoas queriam que eu me encaixasse, era muito mais eu dizendo ‘Parem de falar de mim. Ok, vou ficar do jeito que vocês querem. Não fala mais de mim, para de encher o saco’ do que eu realmente querendo ser magra”, acredita.