Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 27 de dezembro de 2024
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação, foi de 0,27% na Região Metropolitana de Porto Alegre em dezembro, 0,02 ponto percentual (p.p.) acima do resultado de novembro (0,25%). Após ter registrado os menores resultados do País nos dois meses anteriores, em dezembro Porto Alegre ficou entre as quatro áreas com variação abaixo da média brasileira (0,34%). Os dados foram divulgados nessa sexta-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com isso, o IPCA-15 regional acumulou alta de 3,69% em 2024, também abaixo do índice nacional de 4,71%. O IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado trimestralmente, foi de 0,69% para o período de outubro a dezembro. Em dezembro de 2023, o IPCA-15 havia sido de 0,29% e a variação acumulada no ano, chegado a 4,80%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco tiveram alta em dezembro. A maior variação e o maior impacto positivo foram registrados em Despesas pessoais (1,91% e 0,20 p.p.). Na sequência, vieram os grupos Transportes (0,72% e 0,15 p.p.) e Alimentação e bebidas (0,61% e 0,13 p.p.). O principal impacto negativo (-0,24 p.p.) foi observado em Habitação (-1,66%). Os demais grupos ficaram entre o recuo de 0,11% em Educação e a alta de 0,31% em Vestuário.
Em Despesas pessoais (1,91% e 0,20 p.p.), o resultado foi influenciado principalmente pela alta do cigarro (13,80%), devido ao aumento da alíquota específica do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre cigarros, a partir de 1º de novembro. Altas também foram observadas nos subitens cabeleireiro e barbeiro (3,40%) e de manicure (2,64%), bem como nos pacotes turísticos (4,30%) e nos serviços de hospedagem (2,72%).
Nos Transportes (0,72% e 0,15 p.p.), o subitem passagem aérea subiu 9,39%. O subitem ônibus urbano subiu 3,23%, após gratuidades concedidas nas passagens no segundo turno das eleições municipais e nos dias de realização das provas do Enem. Outras altas foram registradas no seguro voluntário de veículo (1,98%) e no conserto e automóvel (1,81%). Já a gasolina teve queda de 0,72% em setembro, contribuindo com -0,05 p.p. para o índice geral.
No grupo Alimentação e bebidas (0,61%), a alimentação no domicílio registrou variação de 0,09% em dezembro, após alta de 0,56% no mês anterior. Os aumentos mais relevantes foram observados nos preços do óleo de soja (9,21%), da laranja-baía (9,31%), do mamão (8,21%) e das carnes (5,02%), particularmente alcatra (9,74%), contrafilé (7,63%), costela (5,85%) e carne de porco (5,48%). No lado das quedas, destacam-se o tomate (-16,15%), a cebola (-11,64%), a batata-inglesa (11,53%) e o leite longa vida (-3,63%).
A alimentação fora do domicílio acelerou de 0,59% em novembro para 1,94% em dezembro. Tanto a refeição (2,01%) quanto o lanche (1,83%) tiveram variações superiores às observadas no mês anterior (0,65% e 0,39%, respectivamente).
No grupo Habitação (-1,66% e -0,24 p.p.), a energia elétrica residencial recuou 5,79% em dezembro, em decorrência do retorno da vigência da bandeira tarifária verde, a partir de 1º de dezembro, com a qual não há cobrança adicional nas faturas. Em novembro, esteve em vigor a bandeira tarifária amarela. Além disso, foi verificado reajuste tarifário de 6,37% em uma das concessionárias de Porto Alegre, a partir de 22 de novembro.
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de novembro a 12 de dezembro de 2024 (referência), e comparados com aqueles vigentes de 12 de outubro a 12 de novembro de 2024 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.