Por Gisele Flores | 25 de novembro de 2025
Nova licença atesta o cumprimento de todas as exigências ambientais necessárias para a operação da usina.
Foto: Ascom Sema
Empreendimento em Santiago reforça matriz energética limpa e marca avanço estratégico na produção de biocombustíveis
O governo do Estado, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), entregou, na segunda-feira (24/11), a Licença de Operação que autoriza o início das atividades da C.B Bioenergia LTDA, em Santiago. O empreendimento abriga a primeira usina de etanol de trigo do Brasil, consolidando o Rio Grande do Sul como protagonista na transição para energias limpas e na valorização da agricultura gaúcha.
Estrutura e capacidade produtiva
Instalada em uma área de 150 mil m², a usina tem capacidade prevista de produzir mensalmente 1.300 m³ de álcool hidratado e 1.140 m³ de álcool neutro, além de 810 toneladas de DDGS (Grãos Secos de Destilaria com Solúveis) e 2.160 toneladas de WDGS (Grãos de Destilaria Úmidos com Solúveis). Esses subprodutos possuem alto valor nutricional e são utilizados em rações animais, ampliando o impacto econômico da iniciativa.
A operação deve gerar 28 empregos diretos no município, fortalecendo a economia local e criando novas oportunidades para agricultores e trabalhadores da região.
Importância estratégica
A titular da Sema, Marjorie Kauffmann, destacou o papel da usina para o desenvolvimento sustentável do Estado: “A ampliação da produção de biocombustíveis no Rio Grande do Sul é fundamental para fortalecer nossa matriz energética limpa. Além disso, os energéticos e derivados não alimentícios da agricultura representam uma nova visão e oportunidade para valorização da cadeia agrícola, além de contribuir para descarbonização. Com responsabilidade ambiental e inovação, garantimos segurança jurídica aos empreendedores e avançamos na transição para modelos produtivos mais eficientes e de baixa emissão.”
Etapas produtivas e inovação
A licença contempla todas as etapas industriais: recepção e pesagem da matéria-prima (triticale, cevada, trigo, centeio e milho), moagem, preparação, sacarificação, fermentação, destilação, retificação, condensação e armazenamento do álcool produzido. O processo foi desenhado para garantir eficiência e menor impacto ambiental, alinhando-se às metas de transição energética do Estado.
Para o presidente da Fepam, Renato Chagas, o empreendimento agrega valor à produção agrícola ao industrializar insumos no próprio município. “Isso acaba contribuindo para a redução de emissões e para a expansão do setor de bioenergia no Estado”, afirmou.
Iniciativas socioambientais
Durante a visita oficial, a comitiva conheceu o programa Pila Verde e Pila Azul, que transforma resíduos em moeda sustentável.
Em homenagem à secretária Marjorie Kauffmann, foi lançada a nova cédula de R$ 100 Pila Azul, reforçando o caráter socioambiental da iniciativa e reconhecendo o trabalho da Sema e da Fepam na modernização e desburocratização do licenciamento ambiental.
Energia limpa e futuro sustentável
A inauguração da usina de etanol de trigo em Santiago simboliza um novo capítulo para o agronegócio gaúcho e para a matriz energética nacional. Ao unir tecnologia, sustentabilidade e valorização da agricultura, o empreendimento da C.B Bioenergia projeta o Rio Grande do Sul como referência na produção de energias renováveis.
Com foco socioambiental, programas como o Pila Verde e o Pila Azul complementam esse movimento, promovendo conscientização, fortalecendo a economia local e alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.( por Gisele Flores – gisele@pampa.combr)
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