Domingo, 05 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2021
Principal parceira comercial da Seleção Brasileira, a fornecedora de material esportiva Nike disse estar “profundamente preocupada” com as denúncias de assédio moral e sexual feitas por uma funcionária da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) contra o presidente da entidade, Rogério Caboclo, que foi afastado temporariamente do cargo. A declaração da Nike foi feita antes do anúncio do afastamento de Caboclo do cargo.
Em comunicado enviado ao portal de notícias UOL, a empresa norte-americana tratou o caso como “grave”, e salientou que “segue de perto” as investigações.
“A Nike está profundamente preocupada com as graves acusações feitas ao presidente da CBF. Seguimos acompanhando de perto à apuração do caso e qualquer investigação futura. Esperamos que todas as descobertas sejam acionadas rapidamente”, disse a companhia, através de sua assessoria de imprensa.
A empresa dos Estados Unidos é a principal provedora de receita da CBF, com quem tem relação desde os anos 90. O contrato atual entre a Confederação e a Nike vai até 2026.
Por meio de nota, o presidente da CBF negou as acusações e disse que provará sua inocência.
“A defesa de Rogério Caboclo responde que ele nunca cometeu nenhum tipo de assédio. E vai provar isso na investigação da Comissão de Ética da CBF”, escreveram os advogados do dirigente.
O Comitê de Ética da CBF decidiu neste domingo (6) afastar imediatamente, a princípio por 30 dias, Rogério Caboclo da presidência da entidade. Vencido o prazo, o mesmo poderá ser renovado.
Quem assume interinamente, agora, o comando do futebol nacional é Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, um dos oito vices do órgão. Vale o critério de idade, ele tem 82 anos e é o mais velho do grupo.
A posição do Comitê de Ética vem dois dias após receber a denúncia de assédios sexual e moral de uma funcionária da CBF contra o mandatário.
O Comitê de Ética é presidido pelo advogado e ex-desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) Carlos Renato de Azevedo Ferreira.
A decisão é mais um duro golpe em Caboclo, que já era pressionado por todos os lados, de sua família a cartolas, a deixar o comando da CBF, o que ele resistiu em fazer.
Caboclo já tinha recorrido recentemente ao ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira em busca de apoio contra as investidas do também ex-mandatário do órgão Marco Polo Del Nero, banido do futebol pela Fifa, mas que seguiu com poder nos bastidores e até com benefícios custeados pela entidade.
Na última semana, deu sua cartada mais enfática ao tratar diretamente com o governo federal e a Conmebol o recebimento da Copa América no Brasil, após Argentina e Colômbia não terem condições, sanitárias e sociais, nesta ordem, de receber o evento.
A ação criou outro problema para o cartola, já que Tite, sua comissão técnica e, principalmente, os jogadores da seleção brasileira não gostaram nada da forma como a coisa foi conduzida.
Neymar e outros cinco atletas reuniram-se com Caboclo na última quarta-feira (2), e a reunião não foi nada amistosa.
Na sexta-feira (4) à noite, o mandatário ignorou todo o cenário negativo e foi até o vestiário falar algumas palavras antes do duelo contra o Equador, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo, mas acabou tomando um “corte” do camisa 10. “Valeu, valeu, presidente, tá bom!”, disse o atacante, interrompendo o cartola.
Após a partida, o capitão da Seleção, Casemiro, disse em entrevista à TV Globo que “nosso posicionamento todo mundo sabe. Mais claro, impossível”, ao responder sobre a possibilidade de boicote à Copa América. E reforçou o que Tite dissera dias antes de que na terça-feira (8) à noite, após a partida diante do Paraguai, novamente pelas eliminatórias, os atletas farão público seu posicionamento. As informações são da ESPN.