Sexta-feira, 06 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 16 de dezembro de 2022
O príncipe Harry diz que “se odeia” pela maneira como lidou com a depressão da esposa, Meghan Markle, quando eles faziam parte da família real.
“Eu estava devastado, sabia que ela estava lutando. Nós dois estávamos lutando, mas nunca pensei que chegaríamos a esse ponto. E, pelo fato de ter chegado a esse estágio, fiquei com raiva e vergonha”, disse ele nos últimos episódios do documentário da Netflix, “Harry & Meghan”.
O duque de Sussex, de 38 anos, admitiu que não lidou com a situação da maneira que deveria. “Eu lidei com isso como um ‘Harry institucional’ em vez de ‘o marido Harry’. E o que dominou meus sentimentos foi meu papel real. Fui treinado para me preocupar mais com: ‘O que as pessoas vão pensar se não formos a este evento? Vamos nos atrasar'”, admitiu ele.
“E olhando para trás agora, eu me odeio por isso. O que ela precisava de mim era muito mais do que eu era capaz de dar”, continuou.
Meghan Markle começou a ter pensamentos suicidas após o assédio da imprensa pouco depois do seu casamento, em 2018. “Foi como se tudo isso parasse se eu não estivesse aqui”, disse a duquesa de Sussex. “E isso foi o mais assustador porque foi um pensamento tão claro”.
A mãe de Meghan, Doria Ragland, aparece chorando nas imagens, ao se lembrar de sua filha admitindo ter esses pensamentos.
Série da Netflix
Além do drama de irmãos rivais e assessores reais maquiavélicos trabalhando com uma imprensa hostil, a principal questão que surge do documentário do príncipe Harry e sua esposa Meghan na Netflix é se ele causa danos duradouros ao rei Charles e à monarquia britânica.
Ao longo de seis horas de programa, Harry e Meghan fizeram uma série de acusações contra o que retrataram como uma instituição surda, que não se preocupa com o bem-estar emocional de seus membros, e que está preparada para deixá-los sofrer se isso significar uma melhor cobertura da imprensa para outros membros mais importantes da realeza.
“É como viver uma novela onde todo mundo vê você como entretenimento”, disse Harry em um dos episódios finais lançados na quinta-feira.
Quando os dois se casaram em uma cerimônia glamorosa em 2018, sua união foi saudada como uma lufada de ar fresco, a epítome de uma monarquia moderna: o então imensamente popular príncipe e a glamorosa atriz norte-americana birracial.
Mas, como o casal relatou em detalhes gráficos em sua série documental, esse conto de fadas logo azedou em meio a uma série de coberturas negativas da imprensa, pelas quais Harry culpou aqueles que trabalhavam para o príncipe William, seu irmão mais velho e agora herdeiro do trono.
“Parecia frio, mas também se percebia frio”, disse Harry sobre os sentimentos de sua família em relação a ele em seu último compromisso oficial. Em 2020, o casal decidiu se afastar de seus papéis reais, mudando-se para a Califórnia e tornando-se financeiramente independente.
A saída do duque e da duquesa de Sussex foi uma má notícia para a instituição, disse Catherine Mayer, autora da recente biografia “Charles: Heart of a King” (Charles: coração de um rei, numa tradução livre).
“A saída de Meghan e Harry das fileiras reais foi muito mais prejudicial para a monarquia do que a cobertura que os vilipendia, entende ou aceita”, disse ela à Reuters.