Segunda-feira, 13 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de março de 2019
As prisões do sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa, de 48 anos, e do ex-PM Elcio Vieira de Queiroz, de 46 anos, suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foram destaque na imprensa estrangeira.
Lessa, com fama associada a crimes de mando pela eficiência no gatilho e pela frieza na ação, tinha uma mansão de luxo no condomínio Portogalo, em Angra dos Reis, na Costa Verde. Ele atuava em guarnição comandada por mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli .O jornal americano New York Times considerou as prisões um “avanço” nas investigações de um “assassinato político descarado que assombrou os brasileiros por quase um ano”.
O site da emissora britânica BBC lembrou que o crime gerou protestos no país e completará um ano nesta quinta-feira (14). De forma semelhante, o jornal The Guardian ressaltou que Marielle criticava “a violência policial contra moradores de favelas” e que sua morte gerou indignação em todo o mundo.
Já o jornal espanhol El País disse que a vereadora tornou-se um “símbolo da esquerda brasileira” e considerou as prisões de Lessa e de Queiroz como os “primeiros resultados concretos em um caso cuja investigação foi duramente criticada por organizações de defesa dos direitos humanos”.
A ação policial sobre o caso da vereadora também repercutiu nos jornais franceses Le Monde e Le Figaro, por meio de material produzido pela agência de notícias “AFP”. As matérias chamam atenção para o engajamento de Marielle na luta contra o racismo, a homofobia e a violência policial.
Outros jornais que também noticiaram as prisões dos envolvidos no assassinato foram o alemão Spiegel e o espanhol La Vanguardia, ambos frisando que o crime foi planejado ao longo de três meses.
As prisões foram efetuadas pela DH (Delegacia de Homicídios) da Capital e pelo Gaeco/MPRJ (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na manhã de terça-feira (12). Lessa e Queiroz tiveram prisões preventivas decretadas pelo juiz substituto do 4º Tribunal do Júri Gustavo Kalil após denúncia da promotoria.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro, Lessa teria atirado nas vítimas, e Elcio era quem dirigia o Cobalt prata usado na emboscada. O segundo acusado foi expulso da corporação.