Domingo, 28 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
18°
Mostly Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil A procuradora-geral da República vê “relação espúria” entre Aécio Neves e o grupo J&F e aponta suspeita de propina de 128 milhões de reais

Compartilhe esta notícia:

Aécio Neves ao chegar ao Senado, em imagem de arquivo. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou em documento de 40 páginas enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) que as investigações da Polícia Federal a partir das delações da J&F indicam “com muita seriedade a existência de uma relação espúria e duradoura” entre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o grupo empresarial.

Nesta terça-feira (11), a PF (Polícia Federal) e o Ministério Público Federal cumpriram mandados de busca e apreensão em imóveis de Aécio Neves (PSDB-MG) e da irmã dele, a jornalista Andrea Neves, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. A operação, batizada de Ross, surgiu a partir de delação de executivos da J&F e apura denúncias de compra de apoio político.

“O vasto acervo, formado por depoimentos e provas documentais, indica a existência de uma associação criminosa voltada a corrupções de valores monumentais, da ordem de mais de cem milhões de reais. Milhões de reais foram repassados e boa parte deles, ao que apontam os indícios, por mecanismo clássico de lavagem de dinheiro”, diz Dodge, completando que há suspeitas de repasse de R$ 128 milhões em vantagens indevidas.

Na operação desta terça, autorizada pelo ministro Marco Aurélio Mello, também foram realizadas buscas em endereços do deputado federal Paulinho da Força (SD-SP), em São Paulo. Segundo a procuradora-geral, as investigações apontam que o Solidariedade teria recebido R$ 15 milhões da J&F a pedido de Aécio, com intermediação de Paulinho da Força.

De acordo com a PGR, o repasse teria sido feito por meio de doações oficiais e simulação de prestação de serviços, conforme a apuração. A PF teria identificado emissão fraudulenta de notas para “escamotear” R$ 4 milhões, afirmou Dodge.

Também foram juntadas notas fiscais apresentadas pelos delatores, reproduzidas pela PGR. Algumas dessas empresas tinham ligações, segundo a PF, com familiares do deputado Paulinho. A procuradora afirmou que as buscas em endereços ligados a Aécio e Paulinho da Força eram necessárias para confirmação dos dados apresentados pelos delatores.

No ano passado, a Procuradoria-Geral da República pediu a anulação da delação da J&F por suspeita de omissões dos delatores, mas pediu que as provas sejam mantidas válidas. O STF só deve avaliar se mantém ou anula a colaboração no ano que vem.

A procuradora opinou contra pedido da PF para afastamento do cargo e recolhimento domiciliar noturno de Aécio e outros parlamentares citados. Para Dodge, embora os fatos sejam “graves”, ainda não foram coletados elementos que justificasse a medida.

“Entendo que não há substância para medidas cautelares diversas da prisão. Com efeito, embora os específicos fatos em apuração sejam graves, ainda não foram colhidos elementos concretos demonstrando que as medidas são necessárias”, afirmou.

Em nota, a defesa de Aécio Neves informou que o senador “sempre esteve à disposição para prestar esclarecimentos e apresentar todos os documentos que se fizessem necessários às investigações, bastando para isso o contato com seus advogados”.

Os advogados do senador informaram ainda que o inquérito policial é baseado nas delações de executivos da JBS-Friboi que tentam “transformar as doações feitas a campanhas do PSDB, e devidamente registradas na Justiça Eleitoral, em algo ilícito para, convenientemente, tentar manter os generosos benefícios de seus acordos de colaboração”.

A defesa afirmou ainda que uma investigação “correta e isenta” vai apontar a verdade e a legalidade das doações feitas.

Também por meio de nota, Paulinho da Força afirmou que a acusação de compra do apoio do Solidariedade por Aécio em 2014 é “absurda” e “beira o ridículo”, e que o partido já apoiava o tucano desde a criação da legenda, em 2013.

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Comissão da Câmara dos Deputados encerrou os trabalhos sem votar o projeto Escola Sem Partido
Pés de Marta de 2007 sumiram e o segundo convite surpreendeu a rainha
https://www.osul.com.br/procuradora-geral-da-republica-ve-relacao-espuria-entre-aecio-neves-e-jf-e-aponta-suspeita-de-propina-de-128-milhoes-de-reais/ A procuradora-geral da República vê “relação espúria” entre Aécio Neves e o grupo J&F e aponta suspeita de propina de 128 milhões de reais 2018-12-11
Deixe seu comentário
Pode te interessar