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| Procuradores suíços identificam contas controladas pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró

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De acordo com Cerveró (foto), Collor fez uma tabela com indicação de valores que deveriam ser pagos para o senador em relação a cada negócio da BR Distribuidora (Pedro França/AE)

A Procuradoria Federal de Berna (Suíça) informou à Operação Lava-Jato a existência, no país europeu, de duas contas bancárias sob controle pelo ex-diretor do setor internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró. Trata-se da primeira prova da existência de contas do réu no exterior, com recursos de origem suspeita. A irregularidade sempre foi negada pelo ex-dirigente, condenado em maio a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro na compra de apartamento avaliado em 7,5 milhões de dólares, no Rio de Janeiro.

Em uma das contas foi rastreado um depósito de 78 mil dólares, realizado em setembro de 2008 e originado de conta do operador de propinas do PMDB Fernando Antonio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano. Ambos estão presos em Curitiba (PR), acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa no esquema que desviou pelo menos 6,2 bilhões de reais da estatal no período entre 2004 e 2014.

Registradas em nome de duas empresas até então desconhecidas pela Lava-Jato e com sedes nos paraísos fiscais do Panamá e Belize, as contas teriam recebido recursos que podem ter relação com a corrupção na Petrobras. “O acusado Cerveró é beneficiário da empresa off-shore Russel Advisors S.A., do Panamá. Averiguamos que ele manteve mais uma conta bancária no Banque Heritage, em nome da empresa offshore Forbal Investment, de Belize”, relatou a Justiça suíça.

O informe de Berna sobre a apuração local das irregularidades foi encaminhado ao MPF (Ministério Público Federal) brasileiro no início de junho, em atendimento a um acordo de cooperação entre os dois países. No documento, além de transmitir oficialmente os dados levantados na Suíça sobre as contas de Cerveró, os procuradores pedem que a Lava-Jato assuma a incumbência de buscar na Justiça a condenação criminal do acusado.

Caminho

O esquema, denunciado no Brasil em março de 2014, envolvia o pagamento de 1% a 3% de propina a políticos e agentes públicos indicados pelo PT, PMDB e PP, por parte de um cartel de empresas. Cerveró e Fernando Baiano são réus no processo, aberto em 14 de dezembro a pedido da Lava-Jato e que envolve uma propina de 30 milhões de dólares da fábrica coreana Samsung para a construção e operação de duas sondas de perfuração marítima para exploração de petróleo no Golfo do México e na África. Representada no Brasil pelo lobista Julio Camargo, a empresa teria pago suborno ao operador do PMDB, a fim de obter os contratos na Diretoria Internacional da Petrobras, assinados em 2006 e 2007. O negócio envolveu o pagamento à Piamonte Investment (controlada por Camargo) em conta bancária no Uruguai, por meio de contratos fictícios de assessoria.

“Tais valores foram repassados às sociedades offshore mencionadas, em grande parte por meio de contas bancárias na Suíça. Dentre elas estão a Three Lions Energy, com conta na instituição Credit Suisse”, registrou a procuradoria de Berna. A conta era controlada por Fernando Baiano, conforme já havia identificado o lobista Julio Camargo. “Com base nos documentos financeiros da Three Lions Energy, levantados e analisados junto ao Credit Suisse, conseguimos verificar que Soares, incriminado substancialmente por Camargo, consta como beneficiário econômico da Three Lions.”

Foi justamente a análise da movimentação bancária da Three Lions que permitiu aos investigadores chegarem à outra empresa. “No dia 17 de setembro de 2008, foi registrado um pagamento por parte da Three Lions a uma empresa offshore panamenha com o nome de Russel Advisors S.A., no valor de 75 mil dólares”, frisa o documento. “Os documentos da Russel Advisors acabaram demonstrando que Ceveró é beneficiário da offshore.”

Busca

A apuração pela Justiça do país europeu começou no dia 2 de fevereiro deste ano, baseada em suspeitas levantadas por uma instituição de cartão de crédito e, ainda, pelo Banque Heritage. Naquele mês, a Justiça local decretou o bloqueio de valores equivalentes a 106 milhões de reais do ex-diretor.

Segundo os investigadores europeus, o confisco dos valores que transitaram por essas contas foi impedido por diveros motivos. “Ou Cerveró gastou os pagamentos de provável suborno que entraram na sua empresa Forbal Investment entre os dias 13 de maio de 2009 e 19 de março de 2014, ou então ele os transferiu para o exterior, um pouco antes da acusação ou mesmo depois. Suspeita-se, assim, que os direitos de confisco podem ter sido frustrados”, conclui o documento enviado às autoridades brasileiras. (AE)

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