Quinta-feira, 23 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de novembro de 2015
Após a operação que prendeu o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e o banqueiro André Esteves, dono do banco BTG Pactual, a PGR (Procuradoria-Geral da República) começará a analisar os dados dos celulares de ambos, apreendidos pela PF (Polícia Federal) na Operação Lava-Jato.
As informações contidas nos aparelhos deverão ajudar os procuradores do MPF (Ministério Público Federal) a avançar no vínculo da dupla, que planejava pagar mesada de 50 mil reais para evitar a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Segundo a PGR, o valor seria processado pela unidade financeira de Esteves.
Como os averiguados se encontram presos cautelarmente, os investigadores definiram como prioridade a análise do material confiscado para finalizar a denúncia, que será apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal). A partir do exame dos aparelhos, os procuradores deverão pedir a conversão do encarceramento temporário do banqueiro em preventivo.
INÉDITA
O mandado de busca e apreensão previa que, além de pegar os telefones móveis, que os agentes obtivessem dos presos o desbloqueio dos celulares e as senhas de aplicativos de trocas de mensagens. Delcídio será acusado de crime de exploração de prestígio e de obstruir investigações de organização criminosa. A previsão é que a responsabilização seja protocolada no STF na segunda-feira, considerado o prazo de cinco dias depois da prisão.
Os procuradores analisam se poderão tentar a prorrogação do prazo ou se farão a denúncia mesmo no início da próxima semana. Isso porque a situação de um réu preso em medida cautelar no STF é considerada inédita para na história da PGR e, por isso, não há clareza sobre os limites processuais.
O senador foi gravado em uma reunião no dia 4 com o filho de Cerveró, Bernardo, e o advogado do ex-diretor da Petrobras, Edson Ribeiro, combinando ficar fora da delação premiada. Eles também discutiram um plano de fuga de Cerveró do País. A gravação embasou os pedidos de prisão feitos pela PGR. (Folhapress)