Segunda-feira, 20 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de novembro de 2017
A PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifestou a favor da manutenção da prisão preventiva de Geddel Vieira Lima, ex-ministro do governo Michel Temer.
Em documento encaminhado ao ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), na sexta-feira (17), o vice-procurador-geral Luciano Maia afirmou que uma eventual concessão de liberdade a Geddel “coloca em grave risco a ordem pública e vulnera a garantia da aplicação da lei penal”.
Maia ressalta que o ex-ministro é suspeito de ter ocultado quase 51 milhões de reais em um apartamento, que, quando descoberto, “constituiu a maior apreensão de dinheiro vivo da história criminal” do País.
O procurador destaca informações dadas por Job Ribeiro Brandão, ex-assessor de Geddel e de seu irmão, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). As digitais de Job foram identificadas no dinheiro que estava no imóvel.
No documento, Maia afirma que Job disse à Polícia Federal que destruiu agendas e documentos a pedido de Geddel, de Lúcio e de Marluce, a mãe deles, enquanto o ex-ministro cumpria prisão domiciliar, em Salvador.
E que existe a suspeita de que os irmãos tenham cometido crime de peculato, pois Job disse que devolvia cerca de 80% do salário como assessor parlamentar (R$ 8.000) aos políticos.
Ainda segundo as declarações de Job Brandão, a família “possuía muito dinheiro guardado no apartamento de Marluce, em Salvador (BA). A pedido de Geddel e de Lúcio, Job realizava a contagem de dinheiro quando as notas chegavam no apartamento em Salvador.
O dinheiro, segundo ele, ficava guardado no closet do quarto da mãe dos irmãos Vieira Lima, em caixas e malas até o início de 2016. Ele contou que quando o pai de Lúcio e Geddel morreu, no entanto, o dinheiro foi levado para outro lugar.
O ex-assessor disse que não tinha conhecimento do local até a busca e apreensão feita em setembro deste ano na Operação Tesouro Perdido. Ele disse que nunca esteve no apartamento onde a Polícia Federal encontrou o equivalente a 51 milhões de reais em dinheiro vivo, mas pela foto “as caixas e uma das malas pretas se assemelham com as que costumavam ficar guardadas” no apartamento da mãe de Geddel e Lúcio.
Job Brandão tem intenção de fazer um acordo de colaboração premiada. Ele virou alvo da Tesouro Perdido após a Polícia identificar suas digitais em parte dos 51 milhões de reais encontrados. O ex-ministro e o deputado Lúcio Vieira Lima são investigados pelo crime de lavagem de dinheiro
Em nota, o advogado de Geddel, Gamil Föppel, disse que “é de se lamentar que, mais uma vez, as agências responsáveis pela persecução penal (Ministério Público e polícia) permaneçam na constante postura de violação ao devido processo legal, impedindo o pleno exercício do contraditório e ampla defesa, ao impossibilitar o acesso às provas já produzidas e documentadas”.