Mundo A proibição de viagens entra em vigor e turistas dos Estados Unidos dizem adeus à Coreia do Norte
Por Redação O Sul | 31 de agosto de 2017
O turista norte-americano Nicholas Burkhead disse que ficaria feliz de voltar a seu último destino de férias, onde conheceu paisagens lindas, ótima comida e um povo amigável.
O problema é que esse destino é a Coreia do Norte, e o Departamento de Estado dos Estados Unidos impôs uma proibição de viagens ao país isolado que entra em vigor nesta sexta-feira (1).
Burkhead, que tem 35 anos e mora em Tulsa, em Oklahoma, foi um dos últimos turistas norte-americanos a deixar a Coreia do Norte, pousando em Pequim (China) nesta quinta-feira (31).
“Fiquei surpreso de ver o quão amigáveis todos foram”, disse Burkhead depois de sair do último voo saindo de Pyongyang, a capital norte-coreana, rumo a Pequim antes da adoção da proibição.
“Foi muito relaxante, paisagens lindas, e eles nos alimentaram muito bem nos restaurantes lá, mas a taxa de câmbio não era muito boa para o won local”, declarou ele a um aglomerado de repórteres à espera.
Burkhead chegou à capital chinesa em um voo da estatal norte-coreana Air Koryo depois de visitar Pyongyang e a cidade de Kaesong, próxima da fronteira fortemente protegida com a Coreia do Sul. Seu passeio de cinco dias custou 2.200 dólares.
Decisão míope
Entre os outros norte-americanos no voo estavam dois agentes humanitários e Jamie Banfill, de 32 anos, que já organizou passeios à Coreia do Norte, mas desta vez a visitava como turista.
Banfill, que foi se despedir depois de passar uma década viajando frequentemente ao país recluso, disse que a proibição de viagens é uma decisão míope.
“É uma situação extremamente complexa na península coreana e eles a simplificaram excessivamente”, opinou Banfill.
Isenções
No mês passado os Estados Unidos anunciaram que todos os portadores de passaportes norte-americanos estarão impedidos de viajar à Coreia do Norte a partir de 1° de setembro. Jornalistas e agentes humanitários podem solicitar isenções da proibição, que é semelhante a restrições adotadas anteriormente pelos Estados Unidos para viagens ao Iraque e à Líbia.
Não ficou claro de imediato quantos norte-americanos pediram, ou receberam, isenções ou quantos ainda estão em solo norte-coreano. Uma autoridade do Departamento de Estado dos EUA informou que não seria capaz de fornecer uma estimativa sobre o número de cidadãos de seu país na Coreia do Norte.
Pressão internacional
A Coreia do Norte está sofrendo uma pressão internacional crescente devido a seus testes nucleares e seus disparos de mísseis balísticos frequentes, incluindo um míssil lançado nesta semana que passou por cima do Norte do Japão. (Christian Shepherd, James Pearson e David Brunnstrom/Reuters)
