Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 9 de fevereiro de 2023
O PSB da Câmara vai acionar o deputado Gilson Cardoso Fahur (PSD-PR) no Conselho de Ética da Casa por suposta ameaça ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
Em discurso, nessa quinta-feira (9), Fahur criticou a política de desarmamento do governo Lula. “Flávio Dino, vem buscar a minha arma aqui, seu merda”, disse, ao final.
A fala do deputado bolsonarista ocorreu durante evento promovido por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e outros parlamentares, na Câmara, para um encontro de colecionadores de armas.
Ao discursar, Fahur também chamou Lula de “desgraçado” e “ser maligno que assumiu a presidência da República” e os jornalistas de “malditos e babacas”.
O deputado classifica de “direito sagrado” a posse e o uso de armas de fogo, comparando-o com o direito a ter “uma geladeira” ou “um automóvel”. E diz que o presidente Lula quer subtrair das pessoas esse direito por vingança.
Fahur, que é policial militar aposentado brada: “Como eu, que passei minha vida dando tiro e coronhada em bandido, vou andar desarmado?”. Ao final, então, ele xinga e ameaça o ministro da Justiça, Flávio Dino.
“A Câmara é a Casa do Povo e deve ser um lugar de respeito e democracia. Ninguém, sobretudo um deputado, tem o direito ameaçar a vida de outra pessoa“, disse o líder do PSB, Felipe Carreras (PE).
”Vamos representar contra o parlamentar para que isso sirva de exemplo. Se quisermos um Brasil sem impunidade, o exemplo deve começar pelos representantes do povo”, acrescentou.
Em nota, a bancada do PSB afirmou que “é inaceitável que, sob a crença de que sairão impunes pelo quesito da imunidade parlamentar, deputados federais sintam-se livres para cometer crimes contra a vida de outras pessoas ou incitar o ódio e saiam impunes”.
Em resposta, o deputado Sargento Fahur invocou a “liberdade de expressão” e a “imunidade parlamentar” para justificar o seu discurso. “Tenho a dizer que fiz uso da minha liberdade de expressão e invoco a minha imunidade parlamentar garantida pela Constituição brasileira”, disse.
“Durante quatro anos do meu mandato passado, convivi com deputados de esquerda ofendendo de todas as maneiras o presidente Jair Messias Bolsonaro chamando-o de genocida, mesmo não havendo contra ele nenhum processo ou condenação por genocídio”.
“Não vi nenhum deles punido e não vi partido nenhum entrar com representação contra eles”, conclui Fahur.