Segunda-feira, 16 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 5 de janeiro de 2023
O Palácio do Planalto informou ao ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), que o PT terá preferência para indicar o presidente dos Correios, segundo informações do Valor Econômico. Internamente, o nome favorito no momento é de Ricardo Berzoini, ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff.
A indicação era dada como certa para esta semana, mas pode ser adiada por
divergências internas. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, teria exigido autonomia para nomear os diretores do Postalis, o fundo de previdência da empresa, e o Postal Saúde.
Uma fonte que acompanha as discussões relatou que, ao ser consultado sobre a possibilidade de assumir a estatal, Berzoini afirmou que só aceitaria o cargo se houvesse consenso em torno de sua indicação, ou seja, não disputaria com outros cotados. Ele não se envolveu nas tratativas. Mas, consultado por pessoas que estão na linha de frente, colocou o nome à disposição.
A alternativa surgiu de uma articulação do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e outros membros do PT de São Paulo.
O nome de Paulo Bernardo, que, assim como Berzoini, já foi titular das
Comunicações, também foi cogitado. Mas houve o temor de que fossem levantadas memórias da Operação Lava-Jato, que levou Bernardo à prisão em 2016.
A articulação do PT para assumir os Correios começou ainda na transição de
governo. Junto a sindicatos, o partido defendeu primeiramente o nome do deputado Vicentinho (PT), que não foi reeleito. Com a confirmação de dois parlamentares da coligação para a Esplanada, contudo, ele deixará a suplência e poderá seguir na Câmara.
O PT não esperava perder o comando do Ministério das Comunicações, cujo titular seria Paulo Teixeira (PT-SP), encaixado depois na pasta de Desenvolvimento Agrário.
Lula cedeu as Comunicações ao União Brasil em um acordo feito horas antes do anúncio de seus últimos ministros. Imediatamente as lideranças petistas retomaram as articulações para não perderem os Correios, considerada a “joia da coroa” da pasta.
Ao receber a notícia de que não escolherá o presidente dos Correios, o ministro Juscelino Filho se conformou com a promessa de que o União poderá indicar diretores da estatal.