Economia PT avalia que política econômica “está acabando com o governo”

Petistas criticaram o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. (Foto: Marcello Casal Jr./Abr)

Na véspera do anúncio da redução da meta fiscal para este ano, a condução da política econômica do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi alvo de duras críticas durante reunião entre o presidente do PT, Rui Falcão, e ministros e ex-ministros do partido. Os petistas fizeram um discurso pessimista quanto à crise econômica e avaliaram que “do jeito que está” é “impossível” recuperar a popularidade da presidenta Dilma Rousseff.

“A política econômica está acabando com o governo”, disse, sob condição de anonimato, um dos presentes ao encontro que ocorreu na noite de terça-feira (21), na sede nacional do PT em Brasília. A principal queixa é sobre os cortes estimulados por Levy que, segundo os ministros, têm prejudicado os programas sociais, principal bandeira do governo petista.

Na quarta-feira (22), o Planalto anunciou a redução da meta fiscal de 1,1% para 0,15% do PIB (Produto Interno Bruto), admitindo, inclusive, déficit nas contas deste ano. Levy insistia em não reduzir a meta e propôs um novo corte, de 8,6 bilhões de reais, dois meses após o governo anunciar um contingenciamento de 70 bilhões de reais. A avaliação dos participantes da reunião é a de que não há mais de onde cortar e, ao invés de tentar acenar ao mercado, a União deveria se atentar às bases, retomar o crédito e estimular o consumo “para que o Brasil volte a crescer”.

Falcão pediu ainda que os ministros viagem o País para se reunir com líderes petistas, dando argumentos para a militância defender a gestão de Dilma. O problema, disseram os integrantes da Esplanada, é que os prefeitos não recebem repasses do governo e, com obras e programas parados, não defendem mais a presidenta.

Entre os participantes da reunião estavam o ex-ministro Gilberto Carvalho, os ministros Arthur Chioro (Saúde), Carlos Gabas (Previdência), Pepe Vargas (Direitos Humanos), Eleonora Menicucci (Mulheres) e a presidente da Caixa Econômica e ex-ministra do Planejamento, Miriam Belchior. (Folhapress)

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