Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de outubro de 2020
Uma pulseira desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Campinas (Unicamp), deve otimizar os atendimentos de pacientes nos hospitais. O sistema usa inteligência artificial para reunir informações das pessoas na triagem e, com isso, o médico poderá priorizar os casos mais graves.
O projeto foi um pedido do setor de oncologia do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) que, durante a pandemia, viu o número de atendimento aumentar significativamente. Segundo o pesquisador Rogério Ruivo, a ideia é que cada pessoa use uma pulseira para ser atendida no hospital. Os dados dela serão transmitidos para o computador em tempo real.
“Ela analisa, por exemplo, o batimento cardíaco, respiração, temperatura corporal e outros dados também que cada vez mais a gente vai implementando para aumentar essa coleta de dados. Uma vez que você aumenta essa coleta de dados, mais preciso fica esse sistema”, explicou o aluno de engenharia de computação da UFSCar.
Prioridade
Com a tecnologia, os pesquisadores esperam mudar o cenário da fila de espera. Na tela, o médico vai ter todas as informações do paciente e, assim, poder priorizar os casos mais graves. O sistema consegue fazer o cruzamento de dados e um apontamento preciso.
“A triagem mais aperfeiçoada pode, inclusive, salvar vidas que poderiam se perder no caminho ou agravar alguns quadros por conta de pessoas que ficam na fila e não são atendidas no tempo certo”, disse o pesquisador Rogério Ruivo.
O projeto foi premiado em um desafio internacional de criação na Suíça. Segundo Leandro Dorigan de Macedo, coordenador do programa de residência em oncologia do HC de Ribeirão, o próximo passo é testar a tecnologia no hospital. “A gente espera reduzir o número de retornos do paciente, o tempo dele dentro da instituição e poder priorizar o atendimento daqueles que mais precisam em função da condição de saúde”, disse.
Segundo o coordenador do programa, foi no hospital das clínicas que surgiu a necessidade de organizar os atendimentos e diminuir as número das filas.
“A maior dificuldade é organizar os retornos de forma que o paciente venha o menor número de vezes possível ao hospital e fique dentro dele o menor tempo possível. Além disso, priorizar os atendimentos daqueles que mais precisam ser atendidos com mais urgência”, contou.