Sexta-feira, 28 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de novembro de 2025
Cientistas ligados ao Kremlin lançaram um esquadrão de pombos espiões controlados remotamente graças a implantes cerebrais. Segundo o The Sun, a tecnologia, desenvolvida pela empresa russa Neiry, permite que operadores direcionem bandos inteiros pelo céu enviando sinais direto para o cérebro dos animais. Chamados de “biodrones PJN-1”, os pombos são aves comuns que passam por cirurgias para receber um chip neural. Depois disso, técnicos conseguem controlar a rota deles em tempo real.
Nos testes de campo, as aves têm eletrodos inseridos no cérebro conectados a uma mini mochila com painéis solares, eletrônicos internos, GPS e um receptor. Segundo a empresa, a cirurgia é tão precisa que os eletrodos ficam a poucos milímetros das áreas responsáveis por orientação e motivação.
O estímulo enviado faz com que a ave simplesmente “acredite que quer voar” na direção indicada pelo operador.
De acordo com a Neiry, os pombos conseguem voar cerca de 500 km por dia, ou mais de 3 mil km em uma semana, durante missões de espionagem.
No entanto, a empresa já planeja ampliar o projeto para aves maiores, como:
• Corvo – para transportar cargas mais pesadas;
• Gaivotas – para patrulhamento costeiro;
• Albatrozes – para grandes operações marítimas.
A empresa não revela quantas aves morreram nos procedimentos, mas afirma que busca “100% de sobrevivência”.
Sem treinamento
A Neiry se orgulha de dizer que seus biodrones não precisam aprender nada. “Qualquer animal se torna controlável remotamente após a cirurgia”, afirma a empresa.
Dentro da mochila, um estimulador envia pequenos impulsos para os eletrodos, fazendo a ave virar à esquerda, à direita ou seguir em frente. O posicionamento é feito por GPS e outros métodos.
A empresa diz que o sistema é seguro e que o risco de queda é “igual ao de uma ave comum”.
Segundo a Neiry, um observador casual dificilmente perceberia a diferença entre um pombo comum e um PJN-1. A única pista visível é o fio fino do neuro-interface saindo da cabeça e a pequena mochila nas costas.
Os biodrones são apresentados como ferramentas para:
• monitoramento ambiental e industrial;
• operações de busca e resgate;
• vigilância de instalações sensíveis.
Mas especialistas alertam: com tanta discrição, as aves também podem ser usadas em operações militares ou de espionagem. Por serem comuns nas cidades russas, os pombos poderiam se misturar no ambiente carregando câmeras, sensores e microtransmissores sem chamar atenção.
A mesma tecnologia permitiria que operassem em zonas de guerra, como a Ucrânia, sem serem identificados como equipamentos de vigilância.
Apoio estatal
A Neiry já causou polêmica antes: a empresa também implantou chips cerebrais em vacas, alegando querer aumentar a produção de leite.
A companhia é financiada por entidades ligadas ao governo russo, como a Iniciativa Nacional de Tecnologia (NTI) e fundos associados ao RDIF, o fundo soberano do Kremlin, comandado pelo aliado de Putin, Kirill Dmitriev. Além disso, integra o polo de inovação Skolkovo, conhecido como o “Vale do Silício russo”.
Tradição soviética
O uso de animais em operações militares não é novo no país. Desde os tempos soviéticos, golfinhos são treinados para:
• patrulhar bases marítimas;
• atacar mergulhadores inimigos;
• colocar minas subaquáticas;
• fazer reconhecimento.
Agora, a Rússia parece avançar para um novo estágio: aves cujo comportamento é controlado por chips implantados no cérebro. As informações são do jornal Extra.